{"id":198659,"date":"2025-04-03T11:25:45","date_gmt":"2025-04-03T14:25:45","guid":{"rendered":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/noticia\/198659"},"modified":"2025-04-03T11:25:45","modified_gmt":"2025-04-03T14:25:45","slug":"1o-caso-de-infeccao-por-fungo-resistente-no-brasil-o-que-se-sabe-e-o-que-falta-saber","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/noticia\/198659","title":{"rendered":"1\u00ba caso de infec\u00e7\u00e3o por fungo resistente no Brasil: o que se sabe e o que falta saber"},"content":{"rendered":"

Paciente \u00e9 um homem de 40 anos que apresentou micose persistente, depois de viagens pela Europa, que n\u00e3o foi curada por tratamentos realizados. Dermatologista comenta descoberta do 1\u00ba caso de fungo resistente no Brasil
\nO primeiro registro brasileiro de infec\u00e7\u00e3o pelo fungo Trichophyton indotineae, que \u00e9 resistente a tratamentos m\u00e9dicos, foi feito em Piracicaba (SP). O paciente de 40 anos tem hist\u00f3rico de viagens por v\u00e1rios pa\u00edses europeus. \ud83d\udcddVeja, em perguntas e respostas, o que se sabe e falta saber sobre o caso.
\nQuando e onde o paciente foi infectado?
\nComo o diagn\u00f3stico foi feito?
\nComo o paciente est\u00e1 de sa\u00fade?
\nQual o tratamento poss\u00edvel?
\nComo pode ser transmitido?
\nO fungo pode levar \u00e0 morte?
\nQuais pa\u00edses j\u00e1 registraram casos de infec\u00e7\u00e3o pelo fungo?
\nQuando e onde o paciente foi infectado?
\nO Brasil registrou o primeiro caso de infec\u00e7\u00e3o pelo fungo Trichophyton indotineae, que apresenta resist\u00eancia a tratamentos m\u00e9dicos. O registro foi feito em Piracicaba, no interior de S\u00e3o Paulo, em um paciente de 40 anos que veio da Europa. A informa\u00e7\u00e3o foi publicada em artigo na revista cient\u00edfica Anais Brasileiros de Dermatologia.
\n\ud83d\udcf2 Participe do canal do WhatsApp do g1 Piracicaba
\nComo o diagn\u00f3stico foi feito?
\nO primeiro caso brasileiro foi atendido pela dermatologista Renata Diniz. O paciente \u00e9 brasileiro e mora em Londres, na Inglaterra, mas tamb\u00e9m tinha realizado viagens para Inglaterra, \u00c1ustria, Eslov\u00e1quia, Hungria, Pol\u00f4nia, Esc\u00f3cia e Turquia. O diagn\u00f3stico em Piracicaba ocorreu quando ele veio visitar a fam\u00edlia.
\nO quadro era de uma micose persistente na regi\u00e3o dos gl\u00fateos, da perna, com manchas vermelhas que descamam e co\u00e7am, e que n\u00e3o respondiam ao tratamento realizado at\u00e9 ent\u00e3o.
\n“Logo na primeira consulta eu j\u00e1 estranhei, porque era um paciente jovem, com muitas les\u00f5es grandes, disseminadas, e que n\u00e3o tinha respondido a tratamentos f\u00fangicos que a gente usa de forma corriqueira. Ent\u00e3o, ele j\u00e1 me acendeu um alerta, e a\u00ed optei por mudar o tratamento”, relata a m\u00e9dica.
\nMancha vermelha na perna de paciente diagnosticado no Brasil
\nVeasey et al., 2025\/Anais Brasileiros de Dermatologia
\nComo o paciente est\u00e1 de sa\u00fade?
\nSegundo a dermatologista, o paciente respondeu com o tratamento mas, logo que ele terminou de tratar, voltaram as les\u00f5es”, relata a m\u00e9dica.
\nDiante da dificuldade para chegar a uma cura, ela fez contato com o dermatologista John Verrinder Veasey, um dos autores da pesquisa e coordenador do Departamento de Micologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que sugeriu a pesquisa pelo Trichophyton indotineae.
\nOs m\u00e9dicos acionaram um laborat\u00f3rio especializado do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade de S\u00e3o Paulo (USP) para a an\u00e1lise, que confirmou o diagn\u00f3stico.
\nExames micol\u00f3gicos de Trichophyton indotineae
\nVeasey et al., 2025\/Anais Brasileiros de Dermatologia
\nO fungo pode levar \u00e0 morte?\u26a0\ufe0f
\nSegundo a dermatologista que atendeu o caso, o principal alerta \u00e9 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 resist\u00eancia ao tratamento, pois ele n\u00e3o \u00e9 um fungo que tem um potencial de risco \u00e0 vida. A m\u00e9dica observa que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel utilizar antif\u00fangicos previsto no tratamento de maneira cont\u00ednua pela possibilidade de efeitos colaterais.
\n“Ele \u00e9 um fungo que se desenvolve na pele, n\u00e3o espalha para dentro do corpo, n\u00e3o vai levar a uma deteriora\u00e7\u00e3o al\u00e9m das les\u00f5es cut\u00e2neas. O grande problema dele \u00e9 que essa quest\u00e3o da resist\u00eancia ao tratamento. De forma geral, ele apresenta essa resist\u00eancia ao principal antif\u00fangico que a gente usa e ele responde a um outro antif\u00fangico. Mas ele volta a crescer quando para de tratar”, explica a profissional.
\nQual o tratamento poss\u00edvel? \ud83d\udc8a\ud83e\ude7a
\nA m\u00e9dica tamb\u00e9m explica que, al\u00e9m do uso de antif\u00fangico, o tratamento passa por fortalecer a imunidade do paciente e adapta\u00e7\u00f5es na rotina dele, como no controle da umidade no local, j\u00e1 que os fungos se propagam com a umidade.
\nUm dos impactos pode ocorrer na qualidade de vida do paciente, de acordo a profissional. “Ele tem um impacto do ponto de vista social, de rela\u00e7\u00f5es, pela transmiss\u00e3o. Porque tendo um fungo que n\u00e3o tem um tratamento efetivo garantido, existe esse perigo de transmitir para cada vez mais pessoas um fungo para o qual, por enquanto, n\u00e3o se tem tratamento”, afirma.
\nComo pode ser transmitido? \ud83e\uddd1\u200d\ud83e\udd1d\u200d\ud83e\uddd1
\nA dermatologista explica que as principais formas de transmiss\u00e3o s\u00e3o pelo contato com outras pessoas ou objetos usados por elas.
\n“Por exemplo, eu tenho fungo nas m\u00e3os, eu lavo a minha m\u00e3o numa toalha, voc\u00ea vai e lava a sua m\u00e3o depois na mesma toalha […] Ou pele com pele. \u00c9 por contato”, alerta.
\nComo fazer a preven\u00e7\u00e3o? \ud83d\udee1\ufe0f
\nSobre a preven\u00e7\u00e3o, a profissional diz que s\u00e3o necess\u00e1rios cuidados com a higiene, como no uso de toalhas. Ela tamb\u00e9m aponta a import\u00e2ncia do diagn\u00f3stico precoce. “Ent\u00e3o, viu ali uma manchinha vermelha que co\u00e7a, procura o dermatologista”.
\n“Uma coisa \u00e9 voc\u00ea estar dentro de casa, saber que t\u00e1 todo mundo ali saud\u00e1vel, mas n\u00e3o usar toalhas em locais p\u00fablicos. Tem sempre um cuidado de onde voc\u00ea est\u00e1 em contato, \u00e1reas de maior risco. Fala-se muito de piscinas, sobre os cuidados de vesti\u00e1rio, que s\u00e3o ambientes \u00famidos, quentes, e que muitas pessoas circulam”.
\nQuais pa\u00edses j\u00e1 registraram casos de infec\u00e7\u00e3o pelo fungo?
\nO primeiro relato sobre o fungo ocorreu na \u00cdndia, mas ele j\u00e1 circula pela Europa, \u00c1sia e Am\u00e9rica. No entanto, poucos casos foram relatados at\u00e9 o momento, principalmente devido \u00e0 identifica\u00e7\u00e3o incorreta e subnotifica\u00e7\u00e3o, segundo pesquisadores.
\nV\u00cdDEOS: tudo sobre Piracicaba e regi\u00e3o
\nVeja mais not\u00edcias da regi\u00e3o no g1 Piracicaba<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Paciente \u00e9 um homem de 40 anos que apresentou micose persistente, depois de viagens pela Europa, que n\u00e3o foi curada por tratamentos realizados. Dermatologista comenta descoberta do 1\u00ba caso de fungo resistente no Brasil O primeiro registro brasileiro de infec\u00e7\u00e3o pelo fungo Trichophyton indotineae, que \u00e9 resistente a tratamentos m\u00e9dicos,… Continue lendo → <\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[],"class_list":["post-198659","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-sem-categoria"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/198659","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=198659"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/198659\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=198659"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=198659"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=198659"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}