A motorista conta que foi abordada v\u00e1rias vezes pelos policiais na mesma madrugada e que eles pareciam estar embriagados. O caso \u00e9 investigado administrativamente pela Controladoria Geral de Disciplina. Motorista de app sofre amea\u00e7a de morte de policial
\nUma motorista de aplicativo afirma ter sido perseguida e abordada por dois policiais militares na madrugada desta quinta-feira (3), em Fortaleza. Em um \u00e1udio exclusivo obtido pela TV Verdes Mares, a mulher sofre amea\u00e7a de morte caso denunciasse os policiais.
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\nA abordagem ocorreu por volta das 2 horas da madrugada. Os agentes estavam de folga e, segundo a v\u00edtima, teriam consumido bebida alco\u00f3lica.
\nA motorista estava parada na Avenida Os\u00f3rio de Paiva quando foi abordada por dois homens em um carro. A princ\u00edpio, ela acreditou que os homens estivessem preocupados por uma mulher estar sozinha no carro naquele hor\u00e1rio. “Eles pararam, perguntaram se estava tudo bem, e eu falei: ‘T\u00e1 sim, t\u00e1 tudo bem, eu t\u00f4 s\u00f3 aguardando o corredor’. ‘Voc\u00ea t\u00e1 sozinha a\u00ed?’ Eu falei: ‘Estou sim, eu estou s\u00f3'”, relatou a v\u00edtima.
\nEla percebeu que os homens estavam embriagados e cada um estava com uma cerveja na m\u00e3o. Eles come\u00e7aram a gritar, mandando que ela baixasse o vidro de tr\u00e1s do carro.
\n“A\u00ed eu percebi que eles estavam embriagados, estava cada um com uma cerveja na m\u00e3o, altamente alterados os dois. A\u00ed come\u00e7aram a gritar, mandando eu baixar o vidro de tr\u00e1s do carro, deram uma r\u00e9 para ver se eu realmente estava s\u00f3, quando o cara que estava na no banco do passageiro falou assim: ‘Ela t\u00e1 s\u00f3, para a\u00ed'”, disse.
\nA motorista conta que ligou o carro e saiu do local, informando o ocorrido a colegas que tamb\u00e9m trabalham como motoristas de aplicativo. Eles se encontraram em outro ponto da Avenida Os\u00f3rio de Paiva, mas os policiais a abordaram novamente.
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\n“Nessa hora eles j\u00e1 desceram os dois com a arma na m\u00e3o. Perguntando o que era que a gente estava fazendo ali, se a gente era uma gangue. A\u00ed os meninos: ‘N\u00e3o, a gente est\u00e1 aqui esperando corrida'”.
\nO colegas da motorista perguntaram ainda aos policiais o motivo de terem parado a condutora. Os policiais disseram que ela saiu rapidamente, por isso foram ver o que teria acontecido.
\nOs policiais, ent\u00e3o, ordenaram que todos os motoristas sa\u00edssem do local onde estavam. “A\u00ed quando foi na hora que ele falou assim: ‘Pois sai todo mundo daqui, v\u00e3o procurar outro canto para voc\u00eas ficarem’. A\u00ed a gente pegou e saiu, s\u00f3 que eu estava muito nervosa. Isso eu estou me comunicando com os meninos o tempo todo pelo r\u00e1dio”, relatou a motorista.
\nAmea\u00e7a de morte
\nMotorista por aplicativo denuncia policiais militares
\nA \u00faltima abordagem ocorreu quando a motorista saiu de uma churrascaria na Avenida Os\u00f3rio de Paiva e pegou uma corrida em dire\u00e7\u00e3o a Maracana\u00fa, cidade vizinho a Fortaleza. Foi nesse momento que um dos policiais a amea\u00e7ou.
\n“Se eu souber de alguma den\u00fancia. Se eu souber de alguma, eu vou na sua casa, eu vou na sua casa, eu arranco a sua cabe\u00e7a”, disse um dos policiais.
\nTudo terminou na Rua Siqueira Campos, quando amigos da v\u00edtima conseguiram acionar a pol\u00edcia militar. Todos foram levados ao 20\u00ba Distrito Policial.
\nEm depoimento, um dos policiais envolvidos no caso negou as amea\u00e7as e o consumo de bebida alco\u00f3lica. No entanto, os agentes que atenderam a ocorr\u00eancia disseram que os dois PMs apresentavam sinais de embriaguez, que teriam sa\u00eddo de um bar e se recusaram a fazer o teste do baf\u00f4metro. Um amigo da v\u00edtima afirmou que os agentes desceram do carro com garrafas de cerveja na m\u00e3o.
\nEm nota, a Pol\u00edcia Militar informou que foi acionada para a ocorr\u00eancia e conduziu os envolvidos \u00e0 delegacia da Pol\u00edcia Civil, onde foi registrado um boletim de ocorr\u00eancia, que foi convertido em um termo circunstanciado de ocorr\u00eancia. O documento, no entanto, s\u00f3 foi assinado por um dos policiais. A PM afirmou ainda que n\u00e3o compactua com desvios de condutas por parte de seus integrantes e repudia qualquer a\u00e7\u00e3o que v\u00e1 de encontro aos valores e deveres da corpora\u00e7\u00e3o.
\nOs fatos est\u00e3o sendo investigados no \u00e2mbito administrativo pela Controladoria Geral de Disciplina dos \u00d3rg\u00e3os de Seguran\u00e7a P\u00fablica (CGD).
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