\u00c1rea que preserva fragmentos do Cerrado passou a atrair o mercado imobili\u00e1rio e gerou descontentamento por parte da popula\u00e7\u00e3o que reside no entorno. Audi\u00eancia discute constru\u00e7\u00e3o de pr\u00e9dios no Parque Estadual do Prosa
\nA constru\u00e7\u00e3o de pr\u00e9dios no Parque Estadual do Prosa, em Campo Grande, tem gerado cr\u00edticas e preocupa\u00e7\u00e3o de moradores que moram na regi\u00e3o. Para debater a expans\u00e3o imobili\u00e1ria no entorno, uma audi\u00eancia p\u00fablica reuniu popula\u00e7\u00e3o, Minist\u00e9rio P\u00fablico, Prefeitura e Vereadores nesta sexta-feira (4).
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\nA \u00e1rea do parque possui 135 mil hectares e preserva fragmentos de Cerrado. O local abriga plantas nativas, animais silvestres e \u00e9 espa\u00e7o para o desenvolvimento de pesquisa cient\u00edfica e educa\u00e7\u00e3o ambiental.
\nPara o empres\u00e1rio Oswaldo Rezende, a chamada ‘verticaliza\u00e7\u00e3o’, ou seja, constru\u00e7\u00e3o de pr\u00e9dios no local, apresenta aspectos negativos.
\n“Atropelamento de animais, privacidade das pessoas que moram em volta, falta de gera\u00e7\u00e3o de energia das pessoas que colocaram em suas casas paineis solares e todo o aspecto da natureza”, avalia o empres\u00e1rio.
\n\u00c1rea do Parque Estadual do Prosa tem 135 mil hectares e preserva fragmentos do Cerrado.
\nJo\u00e3o Carlos Corr\u00eaa\/TV Morena
\nA quest\u00e3o clim\u00e1tica \u00e9 outro ponto levantado por moradores da regi\u00e3o, que se preocupam com a cria\u00e7\u00e3o de barreiras que impe\u00e7am a circula\u00e7\u00e3o de ar gerado pela floresta do Parque.
\n “A constru\u00e7\u00e3o desses pr\u00e9dios, e n\u00e3o ser\u00e3o s\u00f3 esses que est\u00e3o sendo anunciados, ainda vai crescer muito, eles impedem essa barreira do clima mais ameno que \u00e9 produzido nessas matas que existem l\u00e1 e amenizam o clima que est\u00e1 muito quente”, comenta o psic\u00f3logo R\u00f4mulo Monteiro.
\nObras
\nMoradores tamb\u00e9m se queixam de transtornos causados pelas obras de um pr\u00e9dio na regi\u00e3o (veja v\u00eddeo no in\u00edcio da reportagem). Eles acreditam, ainda, que a constru\u00e7\u00e3o de novos edif\u00edcios vai aumentar o volume populacional da regi\u00e3o, e extrapolar o que \u00e9 considerado ideal.
\n“Basicamente, soma todos os empreendimentos ali e mostra o potencial de ocupa\u00e7\u00e3o, ou seja, quantos habitantes caberiam na regi\u00e3o, quantos carros existiriam ali, para mostrar que \u00e9 um tanto quanto excessivo ocupar aquela regi\u00e3o com alta densidade”, explica o engenheiro civil, Thiago Winter.
\nRegi\u00e3o do Parque do Prosa tem atra\u00eddo construtoras em Campo Grande.
\nJo\u00e3o Carlos Corr\u00eaa\/TV Morena
\nA audi\u00eancia
\nOs apontamentos feitos foram apresentados na audi\u00eancia p\u00fablica, organizada pela Comiss\u00e3o Permanente de Meio Ambiente da C\u00e2mara Municipal.
\n“Fazer constru\u00e7\u00f5es nessa \u00e1rea que est\u00e1 reservada para o amortecimento dos efeitos mal\u00e9ficos, vamos dizer, da cidade para o Parque \u00e9 contr\u00e1ria \u00e0 legisla\u00e7\u00e3o nacional, estadual e, inclusive, municipal’, argumenta a vereadora Luiza Ribeiro (PT), vice-presidente da Comiss\u00e3o Permanente de Meio Ambiente.
\nAs discuss\u00f5es buscam consenso sobre a constru\u00e7\u00e3o de edif\u00edcios na regi\u00e3o do Parque do Prosa. A prefeitura de Campo Grande, convidada a participar das discuss\u00f5es, n\u00e3o enviou representante, segundo informado pela Comiss\u00e3o de Meio Ambiente.
\nMoradores est\u00e3o preocupados com impactos da expans\u00e3o imobili\u00e1ria no entorno do Parque do Prosa, em Campo Grande.
\nJo\u00e3o Carlos Corr\u00eaa\/TV Morena
\nA aus\u00eancia do Executivo municipal na audi\u00eancia foi alvo de cr\u00edticas e a Comiss\u00e3o fala em convocar representante da Ag\u00eancia Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb) para esclarecer pontos sobre o adensamento da regi\u00e3o do Parque do Prosa.
\n“A aus\u00eancia da prefeitura nesta regi\u00e3o j\u00e1 nos coloca com uma provid\u00eancia de convocar a presid\u00eancia da Planurb pra vir aqui na C\u00e2mara para tratar, especificamente, desse tema”, finaliza a vice-presidente.
\nLEIA TAMB\u00c9M
\nCapital das \u00e1rvores \u00e9 tamb\u00e9m ponto de encontro para diversas esp\u00e9cies de aves
\nMudan\u00e7as na legisla\u00e7\u00e3o
\nMoradores e Minist\u00e9rio P\u00fablico de Mato Grosso do Sul (MPMS) cobraram, durante a audi\u00eancia, mudan\u00e7as na legisla\u00e7\u00e3o para atualizar e deixar evidenciado o que pode ou n\u00e3o ser feito na hora de construir pr\u00e9dios, especialmente em \u00e1reas sens\u00edveis. A an\u00e1lise feita \u00e9 de que mais seguran\u00e7a jur\u00eddica \u00e9 criada a partir dessas defini\u00e7\u00f5es, tanto para quem vive no entorno dessas \u00e1reas preservadas, quanto para as construtoras.
\nO MPMS tem inqu\u00e9rito aberto desde o ano passado para apurar a constru\u00e7\u00e3o de edif\u00edcios na \u00e1rea de amortecimento do Parque do Prosa e entender os impactos desses empreendimentos.
\n“N\u00f3s conseguimos coletar um n\u00famero de empreendimentos que pediram as guias de diretrizes urban\u00edsticas junto ao \u00f3rg\u00e3o competente do munic\u00edpio. Pedimos um aprofundamento dessas explica\u00e7\u00f5es junto \u00e0 Planurb e ainda aguardamos resposta”, afirma o promotor de Justi\u00e7a, Luiz Ant\u00f4nio Freitas de Almeida.
\nVeja v\u00eddeos de Mato Grosso do Sul:<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"