
Imagens foram gravadas no Rio de Janeiro pelo fotojornalista e cinegrafista alagoano Esdras Baptista, que morreu em 1988. Universidade Federal Fluminense restaurou e digitalizou mais de mil rolos de filmes. O Laborat\u00f3rio de Preserva\u00e7\u00e3o Audiovisual da Universidade Federal Fluminense (UFF) restaurou imagens hist\u00f3ricas do Rio de Janeiro. S\u00e3o quatro d\u00e9cadas retratadas pelas lentes de um rep\u00f3rter cinematogr\u00e1fico.
\nEssas latas de filmes guardam hist\u00f3rias e tesouros. A maioria, em preto e branco. S\u00e3o imagens gravadas no Rio de Janeiro pelo fotojornalista e cinegrafista alagoano Esdras Baptista, que morreu em 1988.
\nAntes de chegarem aqui, essas latas de filmes ocupavam o quarto de uma casa que ia ser vendida. A neta do autor das imagens era a \u00fanica herdeira e precisava se livrar delas. Sabia da import\u00e2ncia do trabalho do av\u00f4, mas n\u00e3o sabia o que ele tinha registrado. Os mil rolos foram doados ao Laborat\u00f3rio de Cinema da UFF. Os professores, t\u00e9cnicos e alunos descobriram que era um present\u00e3o.
\nRafael de Luna Freire, professor, comenta: “A gente tem um trabalho que a gente conhece, imagens existentes de um per\u00edodo, acontecimentos, e a gente sabe as aus\u00eancias. Ent\u00e3o, quando a gente v\u00ea um material de uma pessoa, de um momento que n\u00e3o tinha nenhuma imagem, nem fotografia, \u00e9 sempre um prazer. Parece que a gente est\u00e1 vivenciando aquilo que a gente ouviu falar ou s\u00f3 leu.”
\nUFF restaura mil rolos de filmes que contam a hist\u00f3ria de 40 anos do Rio
\nReprodu\u00e7\u00e3o\/TV Globo
\nForam muitas surpresas. Na lata, identificada apenas com a palavra “estudantes”, estavam cenas da Passeata dos Cem Mil, um dos maiores protestos contra os horrores da ditadura j\u00e1 realizados no Brasil. Entre os manifestantes na Cinel\u00e2ndia lotada, o compositor Vin\u00edcius de Moraes, os atores Paulo Autran, Tonia Carrero, Carlos Eduardo Dolabella, Glauce Rocha e Grande Otelo, acompanhado dos filhos pequenos.
\nEsdras Baptista tamb\u00e9m flagrou momentos que ajudam a matar saudades de algumas estrelas da nossa m\u00fasica. Os t\u00e9cnicos ainda tentam restaurar o \u00e1udio desses registros. Um deles de Elis Regina, a Pimentinha de voz potente, com o ensaio do show de Elis e Luiz Carlos Miele, no Teatro da Praia, em 1969.
\nNa lata de 1972, estava escrito apenas “cantores”. E que cantores. A jovem Elza Soares se apresenta acompanhada da banda tropicalista. Nesse show de Os Mutantes, Rita Lee, Arnaldo Baptista e S\u00e9rgio Dias fizeram uma das \u00faltimas apresenta\u00e7\u00f5es juntos. Martinho da Vila ainda tinha cara de novinho e j\u00e1 era famoso nesta \u00e9poca em que gravou “Batuque na Cozinha”. A baiana Maria Beth\u00e2nia, de cabelos pretos e lisos, j\u00e1 arrasava com seu vozeir\u00e3o.
\nNesse filme, a voz de Nara Le\u00e3o j\u00e1 foi restaurada.
\nOs filmes, guardados por tanto tempo, foram digitalizados para aumentar a qualidade. Diogo Renbold, t\u00e9cnico do laborat\u00f3rio, explica: “o filme em forma f\u00edsica est\u00e1 sujeito a se deteriorar. Ele vai perdendo a qualidade com o tempo e na forma digital ele vai manter essa qualidade e se tornar dispon\u00edvel para visualiza\u00e7\u00e3o das pessoas.”
\nO Laborat\u00f3rio de Cinema da UFF tem um acervo com milhares de imagens feitas por outros profissionais. Uma das rel\u00edquias \u00e9 esta: Clara Nunes, Cartola e Carlos Cacha\u00e7a enchendo nosso mundo de alegria, cantando juntos pelas ruas da Mangueira. D\u00e1 saudade, d\u00e1 orgulho e \u00e9 lembran\u00e7a pra guardar no cora\u00e7\u00e3o.<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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