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Abdul BASIT <\/p>\n
Ap\u00f3s perder o financiamento dos Estados Unidos, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) s\u00f3 poder\u00e1 ajudar a metade dos afeg\u00e3os que passam fome, a quem j\u00e1 servia meias refei\u00e7\u00f5es h\u00e1 meses por falta de fundos. <\/p>\n
Segundo Mutinta Chimuka, representante do PMA em Cabul, com os recursos atuais apenas oito milh\u00f5es de pessoas poder\u00e3o receber assist\u00eancia este ano, em um pa\u00eds onde 15 milh\u00f5es enfrentam inseguran\u00e7a alimentar, e mais de tr\u00eas milh\u00f5es est\u00e3o \u00e0 beira de uma crise de fome. <\/p>\n
Esse n\u00famero poderia reduzir ainda mais se n\u00e3o receberem fundos adicionais de outros doadores.<\/p>\n
Os Estados Unidos anunciaram em janeiro o congelamento de ajuda ao exterior e o desmantelamento da ag\u00eancia USAID, acusada sem provas pelo presidente Donald Trump de corrup\u00e7\u00e3o. <\/p>\n
Embora inicialmente tenha sido assegurado que a ajuda alimentar emergencial seria mantida, o PMA confirmou esta semana que os EUA decidiram reduzir seu apoio em 14 pa\u00edses, incluindo o Afeganist\u00e3o, que atualmente enfrenta a segunda maior crise humanit\u00e1ria do mundo, atr\u00e1s apenas do Sud\u00e3o.<\/p>\n
Embora os Estados Unidos tenham revertido os cortes em seis pa\u00edses, eles mantiveram os destinados ao Afeganist\u00e3o. <\/p>\n
O PMA alerta que, se essa medida for implementada, milh\u00f5es de pessoas estar\u00e3o em risco de morte. <\/p>\n
J\u00e1 em 2023, devido a redu\u00e7\u00f5es anteriores de financiamento, a organiza\u00e7\u00e3o se viu obrigada a reduzir pela metade as refei\u00e7\u00f5es alimentares padr\u00e3o recomendadas de 2.100 quilocalorias di\u00e1rias por pessoa. <\/p>\n
Agora, frente a novas restri\u00e7\u00f5es or\u00e7ament\u00e1rias, Chimuka teme que muitas pessoas fiquem sem nenhum tipo de assist\u00eancia. <\/p>\n
– Situa\u00e7\u00e3o cr\u00edtica interna –<\/p>\n
Desde a chegada ao poder dos talib\u00e3s em 2021, ap\u00f3s a retirada das for\u00e7as internacionais, o Afeganist\u00e3o foi isolado diplomaticamente. <\/p>\n
Nenhum pa\u00eds reconheceu o governo talib\u00e3 e o pa\u00eds ficou exclu\u00eddo de acordos de desenvolvimento econ\u00f4mico. <\/p>\n
A ajuda humanit\u00e1ria que ainda chega \u00e9 m\u00ednima e se limita a cobrir emerg\u00eancias. A isso se soma uma situa\u00e7\u00e3o interna cr\u00edtica, j\u00e1 que o pa\u00eds enfrenta uma combina\u00e7\u00e3o de crise humanit\u00e1ria, econ\u00f4mica e clim\u00e1tica. <\/p>\n
N\u00fameros alarmantes revelam que 10% das crian\u00e7as menores de cinco anos sofrem de desnutri\u00e7\u00e3o aguda e 45% apresentam atraso no crescimento, entre as taxas mais altas do mundo. <\/p>\n
A ONU estima que 22,9 milh\u00f5es de afeg\u00e3os precisar\u00e3o de assist\u00eancia este ano. <\/p>\n
Ante essa situa\u00e7\u00e3o, a Miss\u00e3o de Assist\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas no Afeganist\u00e3o (Unama) fez um pedido urgente aos pa\u00edses doadores para que mantivessem seu apoio.<\/p>\n
Indrika Ratwatte, coordenador humanit\u00e1rio da ONU no Afeganist\u00e3o, alertou que a retirada de fundos pode provocar um aumento na migra\u00e7\u00e3o e nas tens\u00f5es regionais. <\/p>\n
Os cortes dos Estados Unidos, h\u00e1 anos o maior doador do mundo, s\u00e3o profundos. <\/p>\n
A maior parte de sua ajuda ao Afeganist\u00e3o, 280 milh\u00f5es de d\u00f3lares (1,6 bilh\u00e3o de reais), foi destinada ao PMA durante o \u00faltimo ano fiscal, segundo o Departamento de Estado americano. <\/p>\n
Outros programas da ONU tamb\u00e9m se viram afetados, incluindo projetos de sa\u00fade reprodutiva da UNFPA, nutri\u00e7\u00e3o e agricultura, fundamentais em um pa\u00eds onde 80% da popula\u00e7\u00e3o depende da terra para sobreviver. <\/p>\n
Tamb\u00e9m foram v\u00edtimas dos cortes outras organiza\u00e7\u00f5es que trabalham nos setores da desnutri\u00e7\u00e3o e a agricultura – 80% dos afeg\u00e3os dependem do campo para sobreviver. <\/p>\n
“Devemos trabalhar todos juntos”, disse Chimuka. “Mas se todos estamos de joelhos, \u00e9 imposs\u00edvel ajudar”, alerta. <\/p>\n<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Um caminh\u00e3o cheio de refugiados afeg\u00e3os e carregado com seus pertences espera para partir para o Afeganist\u00e3o em um centro de recep\u00e7\u00e3o perto da fronteira entre o Paquist\u00e3o e o Afeganist\u00e3o em Chaman, em 11 de abril de 2025Abdul BASIT Abdul BASIT Ap\u00f3s perder o financiamento dos Estados Unidos, o… Continue lendo