As investiga\u00e7\u00f5es revelam crimes de \u00f3dio, tentativa de homic\u00eddio, incentivo ao suic\u00eddio, armazenamento e divulga\u00e7\u00e3o de pornografia infantil e maus-tratos a animais. A Pol\u00edcia Civil do Rio de Janeiro fez uma opera\u00e7\u00e3o em sete estados contra um grupo que pratica crimes cibern\u00e9ticos contra crian\u00e7as e adolescentes. A lista inclui crimes de \u00f3dio, pornografia infantil e tentativa de homic\u00eddio.
\nSuspeitos e v\u00edtimas. Todos jovens. As investiga\u00e7\u00f5es revelam crimes de \u00f3dio, tentativa de homic\u00eddio, incentivo ao suic\u00eddio, armazenamento e divulga\u00e7\u00e3o de pornografia infantil e maus-tratos a animais.
\n“Uma opera\u00e7\u00e3o que mostra a gravidade e o perigo que as nossas crian\u00e7as e adolescentes de todo o pa\u00eds v\u00eam enfrentando\u201d, diz Felipe Curi, secret\u00e1rio de Pol\u00edcia Civil do Rio de Janeiro.
\nPrincipal suspeita para morte de crian\u00e7a no DF, desafios na internet mataram ou feriram 56 menores no Brasil desde 2014
\nA opera\u00e7\u00e3o da Pol\u00edcia Civil do Rio de Janeiro mobilizou agentes em sete estados. Dois mandados de pris\u00e3o tempor\u00e1ria foram cumpridos: um em Bauru, interior de S\u00e3o Paulo, e outro em Balne\u00e1rio Pi\u00e7arras, em Santa Catarina. Al\u00e9m de sete mandados de interna\u00e7\u00e3o provis\u00f3ria.
\nSeis desses suspeitos t\u00eam 18 anos, mas eram menores de idade quando praticaram os crimes. Por isso, est\u00e3o sujeitos \u00e0s medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Crian\u00e7a e do Adolescente. No grupo h\u00e1 duas meninas.
\n“Eles obrigaram uma jovem a cortar, cortar mesmo a boca. Isso tudo transmitido ao vivo nas plataformas. Al\u00e9m disso, se automutilar com s\u00edmbolos nazistas. Eles criaram uma tabela de valores. Eles pagam para que jovens se automutilem\u201d, conta Cristiano Maia, delegado titular da Delegacia da Crian\u00e7a e do Adolescente V\u00edtima.
\nPol\u00edcia Civil faz opera\u00e7\u00e3o em 7 estados contra grupo que pratica crimes cibern\u00e9ticos contra crian\u00e7as e adolescentes
\nJornal Nacional\/ Reprodu\u00e7\u00e3o
\nOs policiais da Delegacia da Crian\u00e7a e do Adolescente V\u00edtima, no Rio, identificaram o perfil dos envolvidos nessa organiza\u00e7\u00e3o criminosa. Eles t\u00eam estrutura familiar, n\u00e3o passam por dificuldades financeiras e frequentam a escola. Um dos suspeitos, de 17 anos, foi apreendido dentro de uma escola em Crici\u00fama, Santa Catarina. A pol\u00edcia aponta que ele comandava a quadrilha junto com mais tr\u00eas jovens.
\nAs investiga\u00e7\u00f5es come\u00e7aram h\u00e1 dois meses, quando um adolescente de 17 anos jogou dois coquet\u00e9is molotov em uma pessoa em situa\u00e7\u00e3o de rua na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O homem teve queimaduras em 70% do corpo e s\u00f3 recebeu alta do hospital cinco dias atr\u00e1s. O menor que cometeu o crime est\u00e1 em uma institui\u00e7\u00e3o.
\nO ato cruel contou com a ajuda de um soldado do Ex\u00e9rcito, que foi preso. Ele transmitiu a cena de extrema viol\u00eancia, ao vivo, para 220 pessoas em um aplicativo na internet. A pol\u00edcia diz que quem assiste a essas transmiss\u00f5es em tempo real em v\u00e1rias plataformas tamb\u00e9m comete crime.
\n“Podem responder por associa\u00e7\u00e3o criminosa, podem responder por apologia ao nazismo, podem responder por incita\u00e7\u00e3o \u00e0 pr\u00e1tica delituosa, dentre outros crimes\u201d, afirma o delegado Cristiano Maia.
\nE o uso de um apelido n\u00e3o torna a pessoa invis\u00edvel atr\u00e1s de uma tela.
\n“O fato de utilizar esse apelido, estar nessa plataforma, n\u00e3o vai impedir os \u00f3rg\u00e3os de seguran\u00e7a de chegar neles. N\u00f3s temos t\u00e9cnicas modernas de ferramentas, profissionais qualificados, e a gente consegue identificar, chegar e fazer dilig\u00eancias necess\u00e1rias para neutralizar esse tipo de crime\u201d, afirma o delegado Cristiano Maia.
\nAs investiga\u00e7\u00f5es contaram com o apoio de duas ag\u00eancias independentes dos Estados Unidos – uma de defesa dos direitos humanos e a outra de prote\u00e7\u00e3o \u00e0 crian\u00e7a \u2013 e com o Laborat\u00f3rio de Opera\u00e7\u00f5es Cibern\u00e9ticas do Minist\u00e9rio da Justi\u00e7a do Brasil.
\n“A gente v\u00ea com naturalidade alguns respons\u00e1veis e pais falando ‘eu n\u00e3o quero invadir a privacidade do meu filho olhando no celular’. Mas se a gente fizer a mesma pergunta: voc\u00ea deixaria seu filho falando com estranhos na rua? A resposta \u00e9 n\u00e3o. Ent\u00e3o por que a gente vai deixar crian\u00e7a e adolescente ficar em um espa\u00e7o completamente exposto sem nenhuma prote\u00e7\u00e3o?\u201d, afirma Lilian Cintra de Melo, secret\u00e1ria de Direitos Digitais do Minist\u00e9rio da Justi\u00e7a.
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