Acre registrou mais de 1,5 mil casos de malária nos três primeiros meses de 2023, aponta Saúde


Número de casos positivos da doença vem caindo nos últimos anos no Acre. Segundo boletim da Sesacre, entre janeiro e março de 2022 foram registrados 2,1 mil casos. Acre registrou mais de 1,5 mil casos de malária nos três primeiros meses de 2023, aponta Saúde
Arquivo/Sesacre
Nos três primeiros meses deste ano foram confirmados mais de 1,5 mil casos de malária no Acre. Os dados são do boletim divulgado nesta quarta-feira (26) pelo Departamento de Vigilância em Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre).
O número de casos positivos da doença vem caindo nos últimos anos no Acre. Segundo o levantamento da Saúde, entre janeiro e março de 2022 foram registrados 2,1 mil casos de malária em todo estado. Ou seja, em um ano, a redução foi de 25,7% nas notificações.
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O boletim mostra que em todo o ano passado, o Acre registrou 6.139 casos de malária, o que representou uma queda de 27,5% em relação ao ano de 2021, quando foram contabilizados mais de 8,4 mil casos.
Assim como em anos anteriores, as cidades que mais tiveram diagnóstico da doença entre janeiro e março de 2023 são: Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, no Vale do Juruá, interior do estado. Só as três cidades contabilizam 1.519 casos, o que representa 96% do total registrado no Acre nos três primeiros meses deste ano.
Em relação ao ano passado, somente em Cruzeiro do Sul foram notificados mais de 2,6 mil casos de malária. Em Mâncio Lima foram 2,1 mil e em Rodrigues Alves 813.
De 2018 a 2022, o estado apresentou uma redução de 76,2% nas notificações da doença. A Saúde reforça aos municípios que continuem fortalecendo as ações de vigilância e controle da malária, a fim de evitar o risco de surtos, aumento de casos e mortes em áreas onde a doença é endêmica.
“No Acre, mais de 90% dos casos de malária ocorrem nos municípios do Vale do Juruá, principalmente Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. A malária pode ser evitada e tem cura; os esforços para seu controle têm mostrado extraordinário sucesso na última década, com grandes desafios à frente, mas com avanços importantes”, disse Júnior Mota Pinheiro, do Programa Estadual de Controle da Malária.
Eliminação da malária até 2023
Nessa terça-feira (25) foi comemorado o Dia Mundial da Luta Contra a Malária. Conforme dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a região Norte concentra 99% dos casos da doença no país. E estando entre os estados com maiores taxas da doença, o Acre aderiu, em maio do ano passado, ao plano nacional do Ministério da Saúde de eliminação da malária até 2035.
O plano foi lançado pelo então ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Entre as metas estão a de chegar a 2025 com menos de 68 mil casos, a 2030 com menos de 14 mil casos autóctones (que têm transmissão relatada dentro do Brasil) e de eliminação da doença até 2035 (zero casos autóctones).
Doença e seus sintomas
O Ministério da Saúde define a malária como uma “doença infecciosa febril aguda”, causada por “protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles”.
Qualquer pessoa pode contrair a malária. Quem apresenta várias infecções da doença pode atingir uma imunidade parcial, com poucos ou quase nenhum sintoma. Até hoje, a imunidade total não foi observada. Não há vacina aprovada contra a doença.
No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região amazônica – Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. As outras regiões do país têm poucas notificações, mas a doença não pode ser negligenciada devido à alta letalidade.
Os sintomas são:
febre alta;
calafrios;
tremores;
sudorese;
dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica.
De acordo com o ministério, muitas pessoas também sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite, principalmente antes da fase aguda.
Em geral, após a confirmação do diagnóstico de malária, o paciente recebe tratamento em regime ambulatorial, com medicamentos que são fornecidos gratuitamente em unidades do SUS. Somente os casos graves devem ser hospitalizados de imediato.
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