Policial militar vira réu por morte de ex-namorado no Ceará, e MP contesta legítima defesa


Laudo pericial apontou que a vítima foi atingida por nove tiros, sendo cinco pelas costas. O caso aconteceu em Iguatu, em dezembro de 2024. Policial militar Geraldo Ferreira da Silva Júnior, acusado de matar o ex-namorado, Luís Bezerra de Oliveira.
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O policial militar Geraldo Ferreira da Silva Júnior virou réu no caso em que é suspeito de matar o ex-namorado, Luís Bezerra de Oliveira. O crime aconteceu em dezembro do ano passado, em Iguatu, no interior do Ceará. A vítima tinha 29 anos e trabalhava como designer de sobrancelhas.
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Geraldo e Luís namoraram por mais de dois anos, conforme a família da vítima. No entanto, o relacionamento era conturbado, conforme testemunhas. No dia da morte, uma câmera de segurança flagrou Luís pulando o muro para entrar na casa de Geraldo (veja no vídeo abaixo).
Câmera de segurança flagra jovem pulando muro de casa em Iguatu, no Ceará.
O Tribunal de Justiça do Ceará disse que o policial não teve prisão em flagrante decretada, pois se apresentou espontaneamente após os disparos. O g1 entrou em contato com a Polícia Militar e a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública, e aguarda respostas. O g1 também tenta localizar a defesa do acusado.
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O policial militar alegou que a morte foi em legítima defesa, pois teria sido atacado e ameaçado por Luís com uma faca, na tentativa de matá-lo. No entanto, a denúncia do Ministério Público alegou que os laudos periciais enfraquecem essa tese.
A vítima foi atingida com nove disparos, sendo cinco pelas costas — fato que, para o Ministério Público, enfraquece a versão do acusado, de legítima defesa.
“A localização das lesões, especialmente os disparos pelas costas, sugere que alguns tiros podem ter sido realizados após a vítima já estar incapacitada ou caída. Essa circunstância contraria a alegação de que os disparos cessaram assim que a agressão foi neutralizada. Além disso, a dinâmica apresentada pelo declarante não explica de forma convincente a necessidade de tantos disparos em diferentes regiões do corpo”, declarou o MP.
“As contradições entre o laudo cadavérico e a narrativa apresentada pelo declarante sugerem inconsistências significativas na versão dos fatos. Enquanto o declarante sustenta a tese de legítima defesa, as evidências técnicas apontam para possível excesso na utilização da força letal, com disparos realizados além do estritamente necessário para neutralizar a suposta agressão”, complementou.
Família fala que policial ameaçava vítima
Câmera registrou o momento que a vítima pulou o muro e entrou no imóvel do suspeito do crime.
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O g1 conversou com uma irmã de Luís. Ela disse que a vítima e o suspeito, identificado como Geraldo Júnior, mantinham um relacionamento há dois anos. À época do crime, O g1 tentou contato com Geraldo Júnior por meio das redes sociais, mas não obteve resposta.
“Ele vivia ameaçando meu irmão. Eu quero justiça porque meu irmão não era bandido, era trabalhador, tinha a profissão dele”, declarou Marciana Oliveira.
Sobre o fato de Luís ter pulado o muro da casa de Geraldo, a irmã alegou não entender o porquê. “Não sei qual foi o motivo para ele pular esse muro. Ele vivia na casa do Júnior [suspeito]. O Júnior vivia na casa da minha mãe. Ele tinha passe livre lá”, disse Marciana.
A irmã disse, inclusive, que o casal havia brigado fisicamente na casa da mãe de Luís dias antes do crime. Ela disse que o casal estava separado, pois Luís teria descoberto uma traição. O policial tentou reatar o relacionamento, mas o designer de sobrancelhas não quis.
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Sobre o fato de Luís ter pulado o muro da casa de Geraldo,
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