População de borboletas nos EUA cai 22% em duas décadas

População de borboletas nos EUA cai 22% em duas décadas, aponta estudo Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A população de borboletas nos Estados Unidos diminuiu 22% entre 2000 e 2020, segundo um estudo recente assinado por 33 pesquisadores de universidades, agências governamentais e organizações ambientais.

O levantamento analisou 554 espécies e identificou como principais causas a perda de habitats naturais, o aquecimento global e o uso de produtos químicos na agricultura.

Os dados foram coletados em mais de 76 mil monitoramentos, totalizando 12,6 milhões de registros de borboletas em programas de observação em todo o país. 

No estado, o número de espécies caiu de 125 para cerca de 110 em 20 anos. 

Impactos que preocupam cientistas

A pesquisa revelou que, para cada espécie que aumentou sua população, 13 sofreram reduções.

Dois terços das analisadas tiveram queda de 10% ou mais, com algumas perdendo até 95% de indivíduos.

O portal The New Lede reúne relatos dos pesquisadores e autoridades:

Elise Zipkin, da Universidade Estadual de Michigan e colaboradora do estudo, alerta: “Declínios generalizados são preocupantes e provavelmente indicam que outras espécies também estão diminuindo”. Ela compara o cenário a eventos de extinção em massa do passado. 

Daniel Marschalek, professor da Universidade do Missouri Central e coautor do estudo, explica que as borboletas são indicadoras da saúde ambiental: “Há uma relação clara entre a quantidade desses insetos e a qualidade do habitat”.

Wayne Thogmartin, do Serviço Geológico dos EUA, reforça: “É um sinal de que não estamos cuidando da natureza. Isso vai nos prejudicar”. 

População de borboletas nos EUA cai 22% em duas décadas Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Esperança na recuperação

Apesar do cenário crítico, os especialistas acreditam em soluções.

Thogmartin destaca que os insetos têm capacidade de se reproduzir rapidamente se houver condições adequadas: “Preservar ambientes naturais e restaurar áreas degradadas são passos essenciais”.

Marschalek acrescenta que mudanças individuais, como plantar espécies nativas e reduzir o corte de gramados, podem ajudar. 

Zipkin mantém otimismo: “Se reduzirmos pressões humanas, as borboletas podem se recuperar, mesmo com as mudanças climáticas”.

Brockman concorda: “Insetos são resilientes. Quando têm o que precisam, se recuperam”. 

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