‘Gosto estranho que ficava na boca’, diz vítima sobre suposto chá com sêmen entregue por professor de canto preso


Vítima procurou a Polícia Civil após saber da prisão do suspeito que oferecia chá para melhorar cordas vocais. Hallan Richard Morais é investigado por tentativa de violação sexual mediante fraude. Hallan Richard foi preso por suspeita de oferecer o próprio sêmen dentro de chá para alunas
Reprodução/Agência Tocantins/TV Anhanguera
O professor de canto Hallan Richard Morais pedia insistentemente para filmar as alunas bebendo o suposto ‘chá’ com sêmen todas as vezes que entregava o líquido que tinha “gosto estranho que ficava na boca e demorava a sair”. A informação foi relatada por uma das vítimas, que procurou a Polícia Civil após tomar conhecimento da prisão do suspeito.
O suspeito, de 26 anos, está preso desde a última sexta-feira (25) e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Ele também é investigado por tentativa de violação sexual mediante fraude e oferecia a bebida alegando que melhoraria as cordas vocais.
Conforme o boletim de ocorrência, a vítima, de 20 anos, relatou ter conhecido Hallan Richard na igreja que frequenta. Ele lhe ofereceu aulas de canto individuais alegando que sua voz era bonita. Ao todo, ela frequentou seis aulas.
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Hallan Richard também é investigado por suspeita de estupro de vulnerável, segundo a polícia. Um HD externo com vídeos de alunas tomando suposto chá com sêmen foi entregue à Polícia Civil pelo irmão do professor. O dispositivo também teria conteúdos pornográficos com mulheres e crianças em Luzimagues, distrito de Porto Nacional, onde o suspeito mora com a família.
A Defensoria Pública, que faz a defesa do suspeito, informou que após ele não apresentar uma defesa particular, foi automaticamente inserida no processo pela Justiça. O órgão deve continuar dando assistência ao professor durante os procedimentos judiciais, enquanto ele não apresentar um advogado (veja nota completa no final da reportagem).
Nas redes sociais, o professor de canto publicava vídeos tocando instrumentos musicais e cantando em igrejas. Ele aparece tocando bateria, guitarra e violão, além de cantar com mulheres.
O depoimento de uma das vítimas, ao qual o g1 teve acesso, informa que a primeira aula da jovem com o suspeito aconteceu no dia 6 de março deste ano. O professor sugeriu que a jovem tomasse o chá para melhorar sua voz. Em todas as aulas Hallan Richard insistia em filmar o momento em que tomava a bebida, mas ela nunca permitiu.
Conforme a vítima, da primeira vez que o professor ofecereu o chá o líquido tinha cor amarelada, consistência fina e não apresentava gosto forte. “Parecia coisa do mato mesmo”, contou à polícia. Nas três últimas vezes, Hallan Richard passou a entregar o susposto chá em um potinho pequeno e com características bem diferentes.
A jovem contou que a bebida passou a ter consistência grossa, cor branca e sabor forte. “Um gosto estranho que ficava na boca e demorava a sair”, diz o relato da vítima. O professor insistia para que ela tomasse o líquido e, por acreditar nele, acabava ingerindo.
Após a repercussão do caso, ela entendeu que experiências vividas com o suspeito eram semelhantes às declarações de outras vítimas e decidiu procurar a Central de Atendimento à Mulher 24h, em Palmas, na madrugada de domingo (27). A jovem informou que acredita que o líquido poderia ser semên.
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Professor armazenava vídeos
Um HD externo com vídeos das alunas ingerindo o suposto ‘chá com sêmen’ foi entregue pelo irmão de Hallan Richard na Central de Atendimento à Mulher, em Palmas, no sábado (26).
Conforme o Termo de Declaração, que o g1 teve acesso, o irmão contou à delegada que fez buscas pelo quarto do professor, que mora com os pais, e encontrou o dispositivo em uma escrivaninha.
Ao verificar o aparelho de armazenamento, o irmão identificou que havia pelo menos quatro vídeos de mulheres ingerindo o líquido. Também foi encontrado um vídeo do professor se masturbando e filmando crianças em um lote, além de fotos de mulheres em vários locais do Distrito de Luzimangues, em Porto Nacional.
Hallan Richard Morais foi presos suspeito de oferecer bebida com o próprio sêmen para alunas
Reprodução
Audiência de custódia decretou preventiva
O professor de canto passou por audiência de custódia no domingo (27) e teve a prisão convertida para preventiva. A decisão foi assinada pelo juiz Willian Trigilio da Silva, do plantão de 1º instância do Tribunal de Justiça do Tocantins.
No documento o juiz afirma que, considerando as provas apresentadas no processo, o investigado representa um risco à sociedade e, por isso, descarta a possibilidade da liberdade provisória com medidas cautelares.
“A liberdade do suspeito se tornou, em tese, um risco concreto às vítimas e coloca em risco a ordem pública, além de considerar que o suspeito é professor de música das ofendidas, não havendo outra solução a não ser a decretação da medida extrema de restrição de sua liberdade. Não se trata, pois, de presumir a culpa, até porque isso não seria possível, mas sim de reconhecer a presença de um risco, razoavelmente fundamentado, e lançar mão de medida cautelar para evitá-lo e, com isso, garantir a ordem pública, que é abalada pela liberdade daqueles que reiteram na conduta ilícita”, escreveu o juiz.
Íntegra da nota da Defensoria Pública
A Defensoria Pública do Estado do Tocantins informa que a pessoa citada pela reportagem foi assistida pela Instituição durante a audiência de custódia, haja vista que não apresentou defesa particular (advogado ou advogada) até a audiência. Em casos como esse, a Defensoria Pública é automaticamente inserida ao processo pelo sistema de Justiça para atuar a fim de garantir o contraditório, entre outros direitos. O citado continuará sendo assistido da Instituição se não apresentar defesa privada.
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