Casal que criou empresa de tecnologia no interior de SP é escolhido para participar de programa do Google


A empresa foi fundada em setembro de 2024, em Itapetininga (SP), e em poucos meses conseguiu se destacar ao ponto de serem escolhidos para participar do programa com outras organizações que possuem mais de 20 anos de experiência. Escritório do Google em São Paulo
Divulgação/Google
Um casal que criou uma empresa de tecnologia em Itapetininga, no interior de SP, foi escolhido para participar do Google Summer of Code (GSoC), um programa global promovido pelo Google realizado entre maio e setembro.
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Ao g1, Letícia Carvalho Ramos, nascida em Itapetininga (SP), contou como foi o processo para que ela e o marido, o espanhol Marc González, conseguissem participar do programa que incentiva desenvolvedores em projetos de software.
“Foi uma mistura de frio na barriga com uma imensa honra. Ser uma das 185 organizações selecionadas a nível mundial é uma grande responsabilidade. Termos a chance de representar a nossa comunidade, valorizar o código aberto e abrir espaço para que novos talentos cresçam junto com os nossos projetos”..
Letícia Ramos é de Itapetininga, no interior de SP, enquanto o esposo Marc González nasceu na Espanha
Arquivo pessoal/Letícia Ramos
Segundo Letícia, desenvolvedores iniciantes de todo o mundo podem inscrever seus projetos ao programa do Google e, caso sejam aprovados, conseguem uma bolsa de estudos de até U$ 6.600 (um pouco mais de R$ 37 mil) para desenvolver o projeto.
“Além de ser uma oportunidade de aprendizado técnico, o programa também promove o crescimento da comunidade open source (código aberto) e ajuda a formar a próxima geração de colaboradores em tecnologia”, afirma.
💻Código aberto
No caso do código aberto, ramo especializado que o casal atua, é um sistema digital ou software que está disponível publicamente para que qualquer pessoa possa usar, modificar e distribuir. “Windows, por exemplo, é um sistema operacional proprietário, você tem que pagar uma licença para usar, porém, existem outros sistemas livres e gratuitos como o sistema operacional Linux”.
Outro exemplo que Letícia comenta seriam navegadores, como o Mozilla Firefox, ou ferramentas como o WordPress, amplamente usados para criação de sites. “No nosso caso, trabalhamos com o RUXAILAB, que também é open source, permitindo que qualquer organização ou desenvolvedor contribua, ou use nossa ferramenta para melhorar a acessibilidade digital”.
Mozilla Firefox é um exemplo de sistema com código aberto
Reprodução/Internet
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A empresa Arceus Technologies foi fundada pelo casal em setembro de 2024, quando eles ainda moravam em Itapetininga. Por ser voltada ao ramo digital, em que as atividades são desenvolvidas de maneira virtual, a empresa agora “está” na Espanha, onde Letícia e Marc moram atualmente.
🗺️ De Itapetininga para Espanha
“Estamos na Espanha desde dezembro de 2024, quando ganhamos um prêmio para financiar a criação de um observatório dedicado a analisar as deficiências de acessibilidade em sistemas digitais públicos. Esse projeto abriu portas para novas parcerias e nos proporcionou a oportunidade de aprofundar nossa atuação em acessibilidade digital em nível internacional”, afirma Marc.
Atualmente, 20 colaboradores de diferentes países trabalham com o casal de maneira remota. “Operação é feita digitalmente com colaboradores de diferentes países do mundo como Espanha, Egito, Índia, Canadá. Nossa empresa é dedicada à criação de ferramentas para estudar e analisar problemas relacionados à usabilidade e acessibilidade de sistemas digitais”, continua o empresário.
Marc González é doutor em Inteligência Artificial e criou ao lado da esposa Letícia Ramos uma empresa de tecnologia quando moravam em Itapetininga (SP)
Arquivo pessoal/Letícia Ramos
Mesmo com pouco tempo de existência, a empresa do ramo tecnológico conseguiu se destacar, e seus profissionais foram escolhidos para participar do programa do Google ao lado de organizações com mais de 20 anos de experiência.
“A concorrência é altíssima, e o processo de seleção é bastante rigoroso. Isso deixa claro que ser selecionado não é fruto de um esforço pontual, mas sim de um trabalho consistente, colaborativo e contínuo ao longo do tempo”, reforça o casal que trabalha no ramo desde 2021.
📲 Desenvolvimento de software
Eles receberam mais de 200 propostas, consideradas no programa do Google, feitas por estudantes do mundo inteiro, detalhando ideias e planos para contribuir com a ferramenta utilizada pela empresa do casal. O anúncio oficial sobre quais projetos serão escolhidos para desenvolvimento até setembro deve ser feito ainda neste mês
“Cada proposta é uma sugestão de melhoria ou desenvolvimento dentro do RUXAILAB, como criar novos módulos, otimizar funcionalidades já existentes. Nosso papel é selecionar as mais alinhadas com as necessidades atuais do projeto e oferecer mentoria durante sua implementação”, afirma Marc.
Marc González em uma apresentação do RUXAILAB em no congresso de acessibilidade em dezembro 2024, em Barcelona
Arquivo pessoal/Letícia Ramos
Enquanto no dia a dia da empresa, os serviços oferecidos por Letícia e Marc são destinados a qualquer outra organização ou instituição que queira melhorar a acessibilidade, usabilidade ou desempenho dos seus sistemas digitais.
“Atendemos desde pequenas empresas que estão começando a estruturar sua presença online até grandes organizações que precisam se adequar a normas internacionais de acessibilidade. Nosso foco é garantir que qualquer sistema, como um site, aplicativo ou software interno, seja inclusivo, eficiente e fácil de usar para todos os públicos”, finaliza Letícia.
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