Médico confessa que professora envenenada sabia da amante, mas nega crime: ‘Tinha medo’

O médico Luiz Garnica prestou depoimento formal à polícia para dar sua versão sobre o caso da professora envenenada; ele é o principal suspeito do crime - Foto: Reprodução/ND

O médico Luiz Garnica prestou depoimento formal à polícia para dar sua versão sobre o caso da professora envenenada; ele é o principal suspeito do crime – Foto: Reprodução/ND

Em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, o médico Luiz Antonio Garnica, de 38 anos, admitiu que sua esposa, a professora de Pilates Larissa Talle Leôncio Rodrigues, 37, sabia que ele possuía um caso extraconjugal, mas não revelou que ela cogitava separação.

Larissa foi encontrada morta no dia 22 de março, com sinais de envenenamento em Ribeirão Preto (SP). A suspeita é que, temendo a divisão de bens no divórcio, Luiz tenha arquitetado o homicídio com sua mãe, Elisabete Arrabaça, 67. Ambos foram presos temporariamente no dia 6 de abril.

Luiz e Elisabete tiveram pedidos de habeas corpus negados e respondem por homicídio qualificado.

Segundo o médico, na manhã de 22 de março, ele encontrou a esposa caída no banheiro do apartamento onde moravam e tentou reanimá-la com uma massagem cardíaca. A equipe do Samu foi acionada e constatou o óbito. Os socorristas notaram a rigidez do corpo e o cheio forte de limpeza no apartamento.

No exame toxicológico, foi apontado que Larissa morreu envenenada com chumbinho e já estava sem vida pelo menos desde a noite anterior. A investigação também aponta que Elizabete teria telefonado a uma amiga pedindo ajuda para encontrar o veneno. Ela ainda teria preparado sopa para a nora, que sofreu com diarreias e vômitos ao longo da semana, sendo envenenada lentamente.

Luiz e Elisabete, principais suspeitos de arquitetarem a morte da professora envenenada, estão presos temporariamente - Foto: Divulgação/ND

Luiz e Elisabete, principais suspeitos de arquitetarem a morte da professora envenenada, estão presos temporariamente – Foto: Divulgação/ND

Médico admite que professora envenenada sabia de traição, mas nega que tenha cometido crime

No depoimento, Luiz relatou que Larissa havia descoberto um relacionamento extraconjugal do médico com uma estudante de 26 anos. Ele disse que, após uma briga na noite de 21 de março, ele saiu de casa para se encontrar com a amante e dormir com ela.

“Ela descobriu naquela semana e me pediu para excluir essa moça e o ex-namorado dela do Instagram e das redes sociais. Eu falei que precisava resolver isso no meu tempo, porque tinha medo, às vezes, dessa moça ter uma foto, alguma coisa para mandar para ela. Eu não queria magoar a Larissa”, contou o médico no depoimento. “Eu já queria terminar com tudo, não queria mais nada com ela, mas eu tinha medo de ela fazer alguma coisa”, acrescentou.

A estudante também prestou depoimento e expôs que Luiz havia comentado que estava preocupado com a possível divisão de bens em caso de divórcio.

Segundo o médico, Elisabete visitou o apartamento naquela noite, sem avisar ninguém. A mãe ainda não prestou depoimento formal à polícia.

Casal passava por momento conturbado após descoberta de traição e iminência de divórcio - Reprodução/Redes sociais/ND

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Casal passava por momento conturbado após descoberta de traição e iminência de divórcio – Reprodução/Redes sociais/ND

Luiz encontrou o corpo de Larissa no apartamento onde moravam após passar a noite na casa da amante - Reprodução/Redes sociais/ND

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Luiz encontrou o corpo de Larissa no apartamento onde moravam após passar a noite na casa da amante – Reprodução/Redes sociais/ND

Suspeita é que Larissa foi envenenada por querer divórcio - Reprodução/Redes sociais/ND

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Suspeita é que Larissa foi envenenada por querer divórcio – Reprodução/Redes sociais/ND

A polícia trabalha com a hipótese de que Luiz temia a divisão de bens, o que é reforçado pelo depoimento da amante - Reprodução/Redes sociais/ND

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A polícia trabalha com a hipótese de que Luiz temia a divisão de bens, o que é reforçado pelo depoimento da amante – Reprodução/Redes sociais/ND

Cunhada da professora envenenada havia morrido em circunstâncias parecidas no mês anterior

Em fevereiro, Nathalia Garnica, 42, filha de Elisabete e irmã de Luiz, foi encontrada morta em sua própria casa. A última pessoa a visitar a casa antes do corpo ser encontrado havia sido Elisabete. Quem encontrou o corpo também foi Luiz, que tentou reanimá-la com uma massagem cardíaca antes da chegada do Samu.

A causa da morte de Nathalia foi apontada inicialmente como infarto. No entanto, o curto espaço de tempo entre as mortes e as circunstâncias parecidas fizeram a polícia solicitar exames para verificar as semelhanças com a professora envenenada. Um inquérito policial pode ser aberto sobre o caso da irmã.

Semelhanças entre as mortes da professora envenenada e da irmã do médico intrigam a polícia - Foto: Divulgação/ND

Semelhanças entre as mortes da professora envenenada e da irmã do médico intrigam a polícia – Foto: Divulgação/ND

Exumação deve revelar se as mortes de Nathalia e de Larissa têm relação

Na última quarta-feira (14), a Justiça de São Paulo autorizou a exumação do corpo de Nathalia, que está enterrada no cemitério de Pontal, a 38 km de Ribeirão Preto. O processo deve ocorrer até a próxima semana.

Bruno Ribeiro, advogado de Luiz e Elisabete, contou ao Balanço Geral SP que acredita que os dois casos não têm relação e aguarda os resultados dos exames do corpo de Nathalia. “A polícia tenta fazer crer que os investigados têm relação os dois fatos, então é importante para a defesa acompanhar essa exumação e ver o resultado”, contou. “Se não houver relação, isso demonstra que eles podem estar sendo injustamente acusados de um crime grave”, apontou.

Veja a reportagem completa do Balanço Geral SP:

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