Fuga de ônibus e esconderijo para arma: como agiu suspeito após matar mulher em Joinville

Policiais levando homem suspeito de matar Rosa Inês

Homem fugiu para Verê, cidade do sudoeste do Paraná, mas foi preso – Foto: Polícia Civil Joinville/Reprodução/ND

Após matar Rosa Inês Bosco, 64 anos, em Joinville, no dia 28 de abril, o principal suspeito fugiu para o interior do Paraná e tentou dificultar as investigações escondendo a arma do crime no terreno de um familiar.

De acordo com a Polícia Civil, o homem deixou Santa Catarina logo após o crime e seguiu para Verê (PR), onde se hospedou na casa da irmã. Ao saber que havia mandado de prisão contra ele, fugiu da cidade de ônibus e foi até Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

A Delegacia de Homicídios de Joinville acionou a DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) da capital paranaense, que localizou o suspeito após identificar que ele estava sendo assistido por um advogado. Após negociações, o homem se entregou à Polícia Civil do Paraná.

Suspeito tentou enganar os policiais sobre o local da arma do crime

Durante o interrogatório, o inquilino da vítima tentou enganar os investigadores sobre o paradeiro da arma. Disse, primeiro, que havia jogado o objeto no rio Iguaçu. A versão foi descartada pela polícia.

“Se você sai de ônibus para Verê e depois pega outro para Pinhais, o veículo não vai parar no meio do caminho para jogar a arma no rio. É impossível”, afirmou o delegado Dirceu Silveira Júnior.

Na segunda versão, alegou ter descartado a arma em um rio próximo à casa da irmã. A informação também foi considerada inconsistente. Após insistência, confessou que havia enterrado a arma na propriedade do irmão.

A localização exata só foi possível com o uso do Google Maps e uma videochamada, já que o suspeito estava sob custódia em Joinville. A arma foi encontrada por policiais de Dois Vizinhos, cidade vizinha.


Autor indicou o local da arma do crime aos policiais – Vídeo: Polícia Civil Joinville/Divulgação/ND

A família do suspeito colaborou com a polícia, segundo o delegado, por não concordar com a atitude dele.

Atirador do CAC, quem é o suspeito?

Descrito pelo delegado Eduardo Defaveri como “frio, calculista e muito perigoso”, o investigado é CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e tem passagens criminais por pedofilia e ameaça com arma de fogo, embora tenha sido absolvido por falta de provas.

Autor fugindo após disparar contra Rosa Inês Bosco – Vídeo: Divulgação/ND

Segundo Defaveri, o crime foi premeditado e pode ser enquadrado como homicídio duplamente ou até triplamente qualificado. “A precisão que ele teve no disparo se justifica porque ele é CAC. Ele atirou contra a vítima de uma distância de dois, três metros, em cima de uma bicicleta”, afirmou.

Relembre o caso

Rosa Inês Bosco, de 64 anos, foi assassinada a tiros a cerca de 100 metros de sua casa, no bairro Aventureiro, em Joinville, na noite de segunda-feira 28 de abril.

Ela voltava do trabalho de bicicleta por volta das 20h40. Quando já estava na rua Helena Casagrande, no bairro Aventureiro, foi atingida por três disparos de arma de fogo, que atingiram a cabeça e o peito dela.

De acordo com a investigação, Rosa era proprietária do imóvel onde o suspeito morava havia cerca de um ano. A vítima foi até a casa para cobrar aluguéis e contas em atraso.

As ameaças, segundo a Polícia Civil, vinham sendo registradas havia meses. Para o delegado, o crime foi motivado por uma “situação fútil” e demonstra “violência descabida”.

Veja o momento em que os policiais encontram a arma:

Por meio de uma videochamada, foi possível localizar a arma – Vídeo: Polícia Civil Joinville/Divulgação/ND

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