Reino Unido suspende negociações comerciais com Israel diante da escalada militar em Gaza


O ministro britânico das Relações Exteriores afirmou que o bloqueio da ajuda humanitária à Gaza ‘foi cruel e indefensável’. A UE decidiu reavaliar as relações comerciais com Israel. Reino Unido suspende negociações comerciais com Israel diante da escalada militar em Gaza
Reprodução/TV Globo
Europa e Reino Unido agiram nesta terça-feira (20) para pressionar Israel a permitir a entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Nada nessa história é fácil. A carga dos cinco caminhões liberados na segunda-feira (19) por Israel ficou retida na fronteira. O Mahmoud tem passado horas na fila para conseguir um pouco de sopa – vai ser esse o café, o almoço e a janta da família.
“Nossas crianças estão morrendo aos poucos”, diz.
Nesta terça-feira (20), Israel permitiu a entrada de 93 caminhões. Mas, segundo as Nações Unidas, o processo é tão demorado que os alimentos ainda não chegaram a quem precisa. O chefe humanitário da ONU disse que é preciso “inundar Gaza com ajuda” e que milhares de bebês estão em risco.
O bloqueio israelense durou onze semanas. O governo de Israel vinha argumentando que era uma forma de pressionar o grupo terrorista Hamas a libertar os reféns. Domingo (18), diante da pressão internacional, decidiu liberar uma quantidade limitada de suprimentos.
A pressão internacional ganhou efeitos práticos. A União Europeia anunciou que vai reavaliar as relações comerciais com Israel. O Reino Unido foi além: já suspendeu as negociações de comércio com os israelenses.
O ministro britânico das Relações Exteriores afirmou que o bloqueio da ajuda humanitária à Gaza “foi cruel e indefensável” e que o governo de Benjamin Netanyahu está distanciando Israel de seus aliados. O primeiro-ministro Keir Starmer afirmou que ele e os líderes da França e do Canadá estão horrorizados com a escalada militar de Israel. Os três países prometeram tomar ações concretas caso Israel não aumente o envio de ajuda humanitária e não suspenda a ofensiva militar.
Netanyahu respondeu. Disse que o comunicado conjunto dos europeus é um prêmio para os terroristas, que começaram a guerra com os ataques do dia 7 de outubro de 2023. Netanyahu também afirmou que a guerra poderia acabar amanhã se os reféns fossem libertados e o Hamas entregasse suas armas.
Israel voltou a bombardear nesta terça-feira (20) o território palestino. Os ataques mataram pelo menos 50 pessoas, inclusive em uma escola que servia de abrigo para refugiados. As forças de Israel disseram que o alvo era um terrorista do Hamas que operava um centro de comando de dentro da escola.
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