Entre quadrinhos e investigações: policial civil cria HQs de terror e fantasia no interior de SP


José Augusto é de Itapetininga (SP) e atua como investigador da Polícia Civil, escritor, professor, roteirista e ghost writer. Suas histórias e personagens são criados para os gêneros de terror, fantasia ou ficção científica. Investigador da Polícia Civil de Itapetininga (SP) é quadrinista e escreve sobre terror, fantasia e ficção cinetífica
Arquivo pessoal/José Augusto Barros
Em dias de escala é hora de vestir o distintivo e combater o crime, nos dias de folga, é hora de pegar o lápis e o papel e criar histórias, sejam elas de terror, fantasia ou ficção científica. Essa é a rotina do policial civil José Augusto Albuquerque Barros, de 43 anos, morador de Itapetininga (SP), que além de investigador, é quadrinista.
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Fascinado pelo universo nerd desde a infância, José sempre gostou de desenhar e especialmente de escrever. Estes hobbies o acompanharam até a vida adulta, quando inspirado pelo pai, também ingressou para a corporação da Polícia Civil.
“Sou policial há 23 anos e entrei na corporação pelo exemplo de meu pai e herói, Donizeti, que se aposentou na carreira e foi um dos grandes homens da instituição. Entrei por vocação e vontade de fazer o bem e ser uma espécie de herói do mundo real”, explica.
José está na Polícia Civil de Itapetininga (SP) há 23 anos
Arquivo pessoal/José Augusto Barros
Atualmente o profissional atua como investigador da Polícia Civil, escritor, professor de escrita criativa, é roteirista e ghost writer – escritor que não revela a identidade em seus textos. Ele também é formado em direito, é estudante de desenho, de filosofia e de game design.
O policial precisa conciliar escalas na corporação que envolvem fins de semana, feriados e períodos do dia e noite, com momentos de tranquilidade, que sejam suficientes para instigar a criatividade e criar universos. Segundo ele, é um desafio que traz um equilíbrio entre ser um herói e combater o mal real e ser um artista e criar mundos imaginários.
Mais de 12 histórias em quadrinhos estão em desenvolvimento pelo escritor e roteirista de Itapetininga (SP)
Arquivo pessoal/José Augusto Barros
“Desenho para mim é um hobby que eu amo, já escrever e ministrar aula eu encaro com responsabilidade de trabalho, visto que tenho rendimentos com as aulas e recebi diversos prêmios e títulos estaduais e nacionais pelos trabalhos realizados”, destaca.
Para ele, criar uma HQ ou um conto precisa ter algo relevante a ser passado para os leitores, além de ser algo original. Ele costuma dizer aos alunos que não existem regras imutáveis nas criações artísticas, mas existem regras importantes a serem conhecidas, até mesmo para serem quebradas com inteligência e um motivo narrativo coerente.
José dá aula de escrita criativa em Itapetininga (SP)
Arquivo pessoal/José Augusto Barros
‘Mais de 12 HQs com roteiros prontos’
Com grande repertório de histórias de investigação na vida real, o policial se inspira em acontecimentos do trabalho e da vida pessoal para elaborar os roteiros fictícios.
“Meu trabalho traz muito material para ser adaptado, mas as inspirações vem de diversas formas. Minha avó faleceu recentemente com Alzheimer e sempre foi minha heroína, que inspirou a criação de um história sobre casa de repouso”, conta.
Ao g1, o roteirista explica que as suas histórias buscam inspirar boas ações e incentivar a leitura de uma forma cativante, além de falar a “língua” do público alvo, assim como os quadrinhos e games que ele consumiu a vida toda como um, segundo ele, “nerd raiz”.
Uma das obras de José é o livro de contos ilustrados “Obscurum – As Faces do Sol”, que transita entre vários gêneros como terror, ficção científica, fantasia e noir – gênero que mistura mistério com elementos policiais e investigações.
José criou a história de terror e suspense ‘Obscurum – As Faces do Sol’ em Itapetininga (SP)
Arquivo pessoal/José Augusto Barros
Em novembro de 2024, haverá o lançamento da primeira edição de outra história em quadrinhos, e José é o roteirista responsável pelo personagem ‘Núcleon’, que retrata um jovem com problemas alimentares e a recém descoberta de poderes nucleares.
Outro suspense de terror psicológico narrado em primeira pessoa chamado ‘Blind’, também está em desenvolvimento, assim como uma história de super heróis e vilões idosos, inspirada na avó de José. Nesta história, os idosos são forçados a conviver em um asilo para pessoas com poderes.
“No universo de ‘Casa de Repouso Magistral’, os super heróis e vilões idosos podem se colocar ou os seus familiares em risco, devido à falta de controle de seus poderes, abordando questões de abandono de idosos e conflitos de gerações. Bem, muitos projetos em andamento, num total, mais de 12 HQs já estão com roteiros prontos e em produção”, revela o artista.
Personagens das histórias do escritor e quadrinista José Augusto, que também é policial em Itapetininga (SP) (SP)
Arquivo pessoal/José Augusto Barros
Prêmios e título imortal pela Academia Independente de Letras de Pernambuco
Entre os prêmios recebidos por José, está o título de imortalidade recebido pela Academia Independente de Letras, em Garanhuns (PE), em novembro de 2022.
“A editora pela qual foi publicado meu livro, me inscreveu em um edital para concorrer como escritor na ‘ordem scriptorium’ e fui agraciado em ser condecorado com o prêmio polímata cedido pela mesma ordem literária. Para receber esse prêmio, montei um currículo literário contando das aulas e cursos que fiz, que ministro e das publicações oficiais e extra oficiais”.
José recebeu o título de imortalidade pela Academia de Letas de Pernambuco
Arquivo pessoal/José Augusto Barros
Com a criação deste documento, o escritor foi sondado para uma vaga e foi aprovado por unanimidade para a cadeira 293, como a Persona Reciprocidade.
Além do título, José também tem o prêmio culturando de escritores do interior paulista, que recebeu do também imortal, Ignácio de Loiola Brandão.
José recebeu o título de imortalidade como persona Reciprocidade
Arquivo pessoal/José Augusto Barros
*Colaborou sob a supervisão de Carla Monteiro
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