Destaque em SP, acreana relembra trajetória no Carnaval de Rio Branco e se prepara para 2024: ‘Não é só chegar e colocar fantasia’

Chayenne Rocha foi vencedora do título de rainha do carnaval no Acre por cinco vezes, e mora no estado paulista há oito anos. Musa da escola Pérola Negra, ela se diz orgulhosa das raízes mas vê a tradição carnavalesca diminuindo na capital acreana. Chayenne Rocha vive em São Paulo há oito anos, mas diz não esquecer das raízes acreanas
Divulgação
A chuva caía no palco sagrado do Carnaval paulistano, no sambódromo do Anhembi na tarde do dia 21 de janeiro. Enquanto as gotas de chuva se misturavam aos brilhos das fantasias e figurinos, os integrantes não desanimaram nem um pouco durante um ensaio técnico.
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Entre eles, estava a dançarina e intérprete de libras acreana, Chayenne Rocha. Vencedora do título de rainha do Carnaval de Rio Branco por cinco vezes, ela se mudou para a capital paulista há oito anos em busca de melhores oportunidades profissionais e melhores condições de vida para os filhos. Como não consegue deixar a festa carnavalesca, passou a ser musa da escola Pérola Negra.
No ensaio técnico, Chayenne foi um dos destaques e compartilhou nas redes sociais o orgulho em aparecer na transmissão da TV Globo em São Paulo. À Rede Amazônica Acre, ela destacou que este é só um exemplo de todo o esforço feito na preparação para o desfile.
Chayenne foi um dos destaques de ensaio técnico e compartilhou nas redes sociais o orgulho em aparecer na transmissão da TV Globo em São Paulo
Reprodução
“Não é só chegar lá e colocar a fantasia. É o ano todo. Tem que ter preparação física, preparar o corpo, preparar alimentação, descanso. Tudo isso junta para estar preparado e desfilar durante 1h na avenida. É uma preparação durante o ano inteiro”, ressaltou.
Chayenne Rocha foi eleita cinco vezes rainha do Carnaval no AC e brilha por escola de SP
História no AC
Chayenne Rocha desfilou por vários anos no Carnaval de Rio Branco
Caio Fulgêncio/G1
Mesmo vivendo em São Paulo, Chayenne continuou participando do Carnaval em Rio Branco até 2023. Contudo, segundo ela, este ano a rotina não vai permitir que dispute mais uma vez o título de rainha na capital acreana.
Ainda assim, Chayenne se diz orgulhosa das raízes mas vê a tradição carnavalesca diminuindo em sua terra natal.
“Participei de todos os blocos de carnaval existentes em Rio Branco, e fico um pouco triste que o Carnaval na cidade a cada ano entra em decadência, nossa cultura de Carnaval está acabando. Nos anos 80, o melhor Carnaval era o de Rio Branco. Hoje em dia, não existem mais escolas de samba, existem alguns poucos blocos. E minha saída do carnaval de Rio Branco, é pela correria, entre lá e São Paulo, e por isso decidi não participar esse ano. Todos sabem que criei minha história no Acre, e aonde eu vou, carrego no peito, falo que sou de Rio Branco, não escondo minha raiz, e levo com muita honra a minha bandeira do Acre”, relatou.
Expectativa para 2024
Encerrando a preparação e ansiosa para ir à avenida em 2024, Chayenne avalia que a vivência do Carnaval em São Paulo se estende durante o ano inteiro, um ciclo que reinicia logo após o desfile.
“Muitos me perguntam quando vou parar, mas eu não penso em parar no momento. Quando a gente ama tudo isso, nada impede. Enquanto tiver vida e saúde, estou pulando carnaval”, comentou.
Neste ano, a escola defendida por Chayenne tem como enredo “Pérola No Encanto Dos Balaios Das Quebradeiras”. Segundo a agremiação, o enredo celebra a cultura e a tradição da quebradeira de coco, prática que remonta às raízes indígenas e africanas no Brasil. No desfile, a escola pretende retratar as mulheres quebradeiras de cocos como guerreiras, que resistem e persistem em meio aos desafios enfrentados na colheita do fruto.
Assim como as quebradeiras de coco, Chayenne pretende continuar exibindo a força da mulher acreana na avenida, em um palco distante geograficamente, mas que compartilha do mesmo amor pelo Carnaval.
“Quero deixar isso, que eu amo carnaval, sou pentacampeã no estado do Acre. Parei porque eu quis. Tenho muita força, muita garra, sempre busquei o meu melhor”, finalizou.
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