Chuva orográfica: o que é fenômeno natural que causou desastre em Peruíbe, em SP?

Chuva em Peruíbe chega a 283 mm em 48 horas e alaga ruas e casasReprodução/Defesa Civil de São Paulo

A cidade de Peruíbe, no litoral de São Paulo, enfrentou um temporal na quarta-feira (8). Durante 24 horas, a cidade recebeu mais chuva do que a quantidade antecipada para janeiro inteiro. O fenômeno foi reconhecido como chuva orográfica; explicamos o fenômeno abaixo.

Chuva intensa em Peruíbe

De acordo com a Defesa Civil do Estado de São Paulo, durante 24 horas a cidade de Peruíbe recebeu 263 mm de chuva, muito além dos 236mm esperados para janeiro inteiro. 

Cerca de 442 pessoas estão desalojadas e abrigadas em abrigos municipais. A cidade decretou situação de emergência, e deverá seguir com chuvas por ora, mas em menos volumes.

Chuva orográfica

As chuvas que caíram em Peruíbe têm muito a ver com a relação geográfica e física da região, e é um fenômeno climático conhecido. Elas se chamam “chuvas orográficas” ou “chuvas de relevo.”

“Orografia”, então, tem a ver com “relevo”, pois é o estudo deste. A chuva, então, tem tudo a ver com o formato da região – principalmente litoral paulista.

A chuva orográfica acontece quando o ar quente e úmido sobe e encontra uma barreira, como um morro. Tendo em vista que é área de serra, a umidade sobe e forma nuvens. Combinando com o ar quente subindo dos montes, isso se repete. A chuva, além disso, cai rente ao relevo e acompanha a direção do vento. O fenômeno é bastante comum no verão. 

Além disso, as chuvas de relevo têm grande quantidade de água em pouco tempo. O solo e rios não conseguem drenar o suficiente, e ocorrem alagamentos, transbordamentos e deslizamentos. 

Desastre climático

Se as chuvas orográficas são comuns no litoral, por que Peruíbe teve um volume tão grande? Isso tem muito a ver com o aumento da temperatura.

Este ano, tivemos a maior temperatura anual registrada na história: 1,5°C  a mais que o registrado pré-período industrial. Isso faz as águas do Brasil esquentarem, evaporarem mais, e gerarem mais umidade e ar quente. 

Toda essa água precisa voltar: e, na chuva orográfica, isso acontece. Mas o grande volume de evaporação gera grande precipitação.

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