Vai comprar carro usado? Veja dicas de perito judicial para fazer um bom negócio


Até pessoas leigas podem “ficar de olho” nos veículos para evitar dor de cabeça depois. Perito orienta para compra de veículos usados com segurança
As vendas de veículos usados bateram recorde em 2024 no Brasil. Foram comercializadas 15.777.594 unidades, de acordo com a Federação dos Revendedores de Veículos Usados (Fenauto). O número engloba carros, motos, picapes, caminhões e outros veículos. É o maior volume desde 2011.
Mas, nesse tipo de negociação, você sabe o que deve levar em conta para uma boa aquisição, sem grandes sustos? Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, o perito judicial veicular Alder Evandro Massuco, de Araraquara, deu dicas de como fazer um bom negócio e evitar problemas futuros com os veículos que não são zero quilômetro.
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Segundo Massuco, há alguns detalhes que até mesmo pessoas leigas podem observar no momento pré-compra. Veja a seguir algumas orientações importantes:
Checagem da lataria
Um dos primeiros passos é estar atento às condições da lataria. De acordo com o perito, quando algum tipo de reparo é feito no carro, o acabamento requer massa. Nesses casos, pelo excesso do material, um distanciamento se forma entre o aço e a “chapa”.
Aderência de imã com a lataria ajuda a identificar reparos
Reprodução/EPTV
Então, um imã pequeno pode ajudar a identificar se houve reparos. Se nada foi feito na lataria, o imã vai “colar” na superfície, explica o especialista. Caso não haja aderência, esse é um sinal de algum tipo de reparação feita.
Às vezes, até resquícios de massa ficam aparentes. “Onde há fumaça, há fogo”, diz Massuco.
Simetria das peças
Durante a entrevista, o especialista também chamou a atenção para outros detalhes. A falta de alinhamento em itens como as portas pode ser perceptível. Basta olhar se a parte de cima “acompanha” a de baixo.
Quilometragem: a grande preocupação
Um dos grandes medos de quem está prestes a comprar um carro seminovo é a quilometragem. Muita gente tem receio de que haja adulteração.
Uma alternativa, portanto, é olhar com atenção as condições do volante e câmbio, além dos pedais de embreagem e freio.
Condições do volante podem alertar sobre alta quilometragem
Reprodução/EPTV
“Porque quanto mais rodado é o carro, mais desgastadas estão essas partes. Veja só o volante, por exemplo. Ele estava bem gasto e o proprietário colocou couro para poder, de certa forma, “apagar” o desgaste. Mas olha como a almofada da buzina já mostra que o carro é bem rodado”, afirma Massuco.
Importância da vistoria cautelar
Esse pode ser um outro trâmite de segurança durante a negociação: solicitar um documento de vistoria cautelar do veículo.
“A cautelar assegura para você o passado do carro, inclusive a parte técnica. Por exemplo, se esse carro foi repintado, se não foi repintado e a quilometragem. Mas, o mais importante de tudo, que poucas pessoas têm o hábito de fazer, é fazer uma cautelar para si mesmo quando for vender”, orienta o perito.
O documento, destaca o especialista, pode contribuir na identificação de fraudes.
“Porque quando eu entregar esse carro para o vendedor, provavelmente vai haver também um comprador. E quando esse comprador for fazer a cautelar de compra, isso inibe qualquer fraude no meio do caminho. Porque se a quilometragem for adulterada, lembra que eu fiz uma cautelar para mim mesmo? Então consta lá nos dados do Detran a quilometragem que eu passei para o garagista. Se houver uma fraude no meio do caminho, o próprio Detran barra”, declara.
Perito reforça importância da vistoria cautelar tanto para quem compra, quanto para quem vende
Reprodução/EPTV
Conforme Massuco, uma vistoria cautelar pode custar, em média, R$ 300. E é fundamental buscar empresas homologadas pelo Detran.
‘Gran finale’: escapamento
Mesmo se você for uma pessoa leiga, que não tem conhecimento sobre o motor do veículo, é possível adotar outra estratégia: observar o escapamento.
Motor e escapamento têm “ligação” que pode denunciar más condições
Reprodução/EPTV
“Só de passar a mão no escapamento, não pode ter nada molhado lá atrás. É uma questão da carbonização do motor. Tem que estar seco. Se estiver molhado, o motor está consumindo óleo. Aí é ruim, o prejuízo pode ficar caro. Hoje em dia, não tem motor por menos de R$ 5.000.”
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