Bolo com arsênio: polícia detalha plano de mulher para matar a sogra no RS

Polícia detalha plano de mulher para matar a sogra no RSReprodução/Globo

Deise dos Anjos, uma gaúcha de Torres, no Rio Grande do Sul, foi presa acusada de planejar e executar o envenenamento de sete pessoas com arsênio misturado em um bolo, durante um encontro de Natal. Três pessoas morreram, e outras quatro, incluindo a sogra de Deise, passaram mal. A polícia também apura a ligação da acusada com a morte de seu sogro, ocorrida meses antes, que teria sido causada pelo mesmo veneno.

De acordo com as investigações, o plano de envenenamento começou meses antes, quando Deise adquiriu arsênio pela internet. A nota fiscal da compra, obtida pela polícia, mostra que o pedido foi feito pouco antes da morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro. Na ocasião, o veneno foi adicionado ao leite em pó consumido por ele e pela esposa, Zeli dos Anjos. Paulo morreu, mas Zeli sobreviveu. A informação é do ‘Fantástico’, da TV Globo.

No episódio mais recente, ocorrido durante uma confraternização no apartamento de Maída, irmã de Zeli, o arsênio foi misturado à farinha usada na preparação de um bolo servido aos presentes.

Plano descoberto

As suspeitas recaíram inicialmente sobre Zeli, já que ela havia preparado o bolo. Porém, depoimentos de familiares, mensagens encontradas no celular de Deise e as investigações sobre a compra do arsênio indicaram que ela foi a responsável pelo crime.

Uma amiga da família relatou à polícia que, dias antes do encontro de Natal, Deise havia ameaçado Zeli, enviando mensagens em que dizia: “Quero ver toda a família dentro de um caixão”. Além disso, pesquisas feitas no celular da acusada incluíam termos como “arsênio veneno” e “veneno que mata humano”.

Segundo a investigação, Deise também gravou áudios nos quais insultava a sogra, chamando-a de “uma peste”. Para a polícia, essas evidências reforçam que a intenção de Deise era eliminar Zeli, e as outras mortes foram consequências colaterais de seu plano.

Durante a confraternização, Zeli foi a primeira a perceber algo estranho ao experimentar o bolo, reclamando de um gosto ruim. Logo depois, outros presentes começaram a passar mal. Entre as vítimas fatais estão Neuza Denise, irmã de Zeli, e Tatiana, filha de Neuza. Um menino de 10 anos, filho de Tatiana, foi hospitalizado, mas sobreviveu.

O marido de Maída, Jefferson, relembra o momento: “Zeli disse: ‘Bah, tem um gosto estranho’. Quando dei a primeira mordida, senti um azedume. Neuza também comeu e avisou: ‘Não está legal esse bolo’”.

Defesa e investigação

A irmã de Deise saiu em sua defesa, alegando que ela está sendo condenada antes do julgamento. Em carta, afirmou que Deise sempre teve uma personalidade difícil, mas que isso não significa que seja culpada.

O advogado de Deise também ressaltou a necessidade de respeitar a presunção de inocência, destacando que o inquérito policial ainda não foi concluído.

A polícia agora investiga como a farinha adulterada foi parar na despensa de Zeli e apura se há outros eventos conectados ao uso de arsênio pela acusada.

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