Sindicato denuncia falta de segurança e equipamentos inadequados nas ETAs de Rio Branco; Saerb diz trabalhar em melhorias


Trabalhadores circulam por lugares perigosos, como encostas do Rio Acre, sem os devidos equipamentos de proteção, e até com uma escada improvisada que pode provocar acidentes. Saerb afirma que estrutura é antiga e que os problemas ocorrem há anos, mas busca recursos para concluir uma reforma. Sindicato divulgou imagens que mostram supostas irregularidades em estações de tratamento de água em Rio Branco
Reprodução/Instagram
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado do Acre (Stiuac) divulgou uma denúncia de suposta falta de segurança e também equipamentos inadequados nas Estações de Tratamento de Água (ETA) I e II de Rio Branco.
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De acordo com imagens publicadas em uma rede social, o sindicato afirma que os trabalhadores circulam por lugares perigosos, como encostas do Rio Acre, sem os devidos equipamentos de proteção, onde, inclusive, foram encontrados indícios da presença de uma cobra sucuri.
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O sindicato argumenta que as situações de risco ocorrem pois os trabalhadores precisam ir até as bombas de captação flutuantes para retirar, manualmente, os balseiros, ou seja, materiais que se acumulam no rio e podem interferir no funcionamento dos equipamentos. Atualmente, eles utilizam uma escada improvisada, segundo imagens feitas pelo sindicato.
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Além disso, uma vistoria constatou que captação de água funciona com capacidade aquém da ideal. De acordo com o secretário-geral do Stiuac, Marcelo Jucá, a própria captação de água devolve parte do volume para o Rio Acre, pois, segundo ele, o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) afirma não ter condições de tratar todo o volume captado.
Ao g1, Jucá argumentou ainda que o órgão nunca apresentou planejamento desde que o serviço de água voltou a ser municipalizado, na gestão do prefeito Tião Bocalom (PL).
Balseiros se acumulam nas bombas de captação da ETA I em Rio Branco
Asscom/Prefeitura de Rio Branco
“Está uma situação muito crítica, trabalhadores, tanto na ETA 1 quanto na ETA 2, que trabalham 24 horas, estão colocando em risco as suas vidas, porque não têm condições de trabalho, não têm equipamento de segurança adequado para aquele serviço, estão fazendo tudo na base do improviso. Então, é uma situação muito complicada”, alegou.
O sindicalista também afirma que entrou em contato com o órgão responsável pelo abastecimento de água da capital, e que encaminhou documentos que comprovam as denúncias.
“Os trabalhadores estão tendo que enfrentar todos esses desafios, esses obstáculos, para tentar manter a água chegando para a população. Se você observar nesse vídeo, eles jogam, acho que 30, 40% da água que é captada, e ele [sistema de captação] joga automaticamente de volta no rio. Veja o absurdo, a população sofrendo com a falta d’água, e eles fazendo a captação da água e jogando de volta, porque, segundo eles, devido à situação, não consegue tratar toda a água”, acrescentou.
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Ao g1, o diretor-presidente do Saerb, Enoque Pereira, ressaltou que as ETAs são antigas, construídas na década de 1980, e que tem sido cada vez mais problemática. Conforme o gestor, já existem tratativas com o governo do estado para garantir recursos que permitam a conclusão de uma reforma nas estruturas.
Desmoronamento afeta distribuição de água na ETA I
Arquivo/Saerb
Pereira acrescentou ainda que já foram feitas reuniões para tratar do planejamento das melhorias na estrutura e afirmou que as reformas vão garantir que não ocorram os problemas já ocorrem há anos, inclusive o acúmulo de balseiros.
Em dezembro de 2024, o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, anunciou, durante agenda no Acre, o repasse de R$ 16,8 milhões do governo federal para obra de reconstrução da ETA II.
“Acreditamos que em até 6 meses estaremos resolvendo de vez essa problemática que se arrastas há décadas, colocando o Saerb dentro das condições plenas de trabalho”, afirmou.
VÍDEOS: g1

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