Tijuana em emergência por eventual deportação em massa de migrantes dos EUA

Migrantes e ativistas participam de manifestação no posto de controle San Ysidro na fronteira entre EUA e México, em Tijuana, 18 de dezembro de 2024Guillermo Arias

Guillermo Arias

Autoridades de Tijuana declararam em emergência esta cidade mexicana fronteiriça com os Estados Unidos, caso o futuro presidente americano, Donald Trump, concretize sua ameaça de realizar uma deportação em massa de migrantes.

A medida, aprovada na segunda-feira (13) por unanimidade pelos membros da Câmara Municipal, libera recursos para atender à “situação atípica” que representaria a chegada de migrantes expulsos do país vizinho.

Trump também prometeu declarar emergência nos Estados Unidos e recorrer ao exército para realizar as deportações assim que assumir o cargo, na próxima segunda-feira (20).

As ações de contingência incluem “a contratação de todo tipo de serviço, material ou pessoal”, incluído o aluguel de locais para habilitar albergues, serviços jurídicos, de consultoria, internet ou a realização de obras, segundo informações detalhadas na sessão da Câmara.

Também está prevista a coordenação com as autoridades estaduais e federais para uma possível obtenção de orçamento adicional.

A medida visa “garantir as condições no momento em que recebermos os irmãos migrantes e […] aos que forem deportados, e garantir-lhes um tratamento digno”, declarou o prefeito de Tijuana, Ismael Burgueño, durante a sessão.

Tijuana, cidade de mais de dois milhões de habitantes, é um dos principais destinos de milhares de migrantes que querem entrar no território americano, seja mediante pedidos de asilo ou cruzando a fronteira de forma irregular.

Na cidade há muitos albergues e refúgios que acolhem migrantes de todo o continente americano, mas também de regiões como Ásia e África.

Em Tijuana também fica o posto de controle San Ysidro, considerado o maior local de travessia internacional do mundo, e de Otay Mesa, que ligam a mexicana Tijuana à americana San Diego.

O governo do México anunciou no mês passado um plano para fazer frente às deportações, que priorizará migrantes nacionais e inclui um aplicativo de celular com um “botão de alerta”.

Quem estiver sob risco de detenção iminente nos Estados Unidos poderá ativá-lo e alertar o consulado mexicano mais próximo.

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