Operação policial prende 22 suspeitos de integrar facção criminosa em Balneário Camboriú

Uma operação da Polícia Civil foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (16) e 22 suspeitos de integrarem uma facção criminosa em Balneário Camboriú, Litoral Norte de Santa Catarina, foram presos.

Conforme a PCSC, a “Operação Barrados” cumpriu 58 pedidos de ordens judiciais, sendo 29 de busca e apreensão e 29 de prisão preventiva. Foram apreendidas diversas porções de maconha, cocaína e crack.

Operação policial prende 22 suspeitos de integrar facção criminosa em Balneário Camboriú

Operação prende 22 suspeitos de integrar facção criminosa em Balneário Camboriú – Foto: PCSC/ Divulgação

Além disso, segundo a polícia, foi determinado o bloqueio das contas bancárias de dois investigados, que teriam sido apontados como “os disciplinas”, ou seja, os que seriam responsáveis pela aplicação das “leis” da suposta organização criminosa no bairro da Barra.

Investigação de suposta facção criminosa em Balneário Camboriú iniciou no ano anterior

A operação , que teve como alvo principal o núcleo da grupo estaria atuando no bairro da Barra e adjacências, é um desdobramento de uma investigação realizada em abril de 2024, conforme a polícia.

Além de prisões, Polícia Civil apreendeu diversas porções de drogas – Foto: PCSC/ Divulgação

Na época, um casal foi preso e estaria em posse de cerca de 1,5 kg de maconha, 150 gramas de pó e centenas pedras de crack.

Delegado explica como funcionaria facção criminosa em Balneário Camboriú

O delegado da PCSC Vicente Soares explicou à NDTV Record como funcionaria a suposta facção criminosa em Balneário Camboriú. Segundo as investigações, os membros pagariam uma mensalidade para integrar o grupo, o que seria chamado de ‘dízimo’.

“A facção atua principalmente no tráfico de drogas porque, junto com o dízimo, é a partir do tráfico de drogas, dos pontos de tráfico da facção, que vem o maior volume do dinheiro, que dá sustento ao grupo criminoso. Mas eles também atuam no tráfico de armas”, ele explica.

Soares também afirma, que conforme a investigação desta e outras facções, existiria uma estrutura hierárquica, e que as questões criminosas que supostamente ocorrem teriam que receber um aval.

“Podemos notar que existe uma atuação da facção como um verdadeiro tribunal em relação aos criminosos que cometem algum crime que vai contra as diretrizes da facção como, por exemplo, furtos. Identificamos alguns casos de furto ao longo da investigação, em que os furtadores, muitos deles usuários de drogas, cometiam esses crimes ali na comunidade, e em razão disso sofriam punições da facção, que, em regra, eram agressões físicas”, diz o delegado.


Imagens exclusivas de operação contra suposta facção criminosa em Balneário Camboriú – Vídeo: PCSC/ Divulgação

Outro ponto destacado pelo delegado da PCSC, que chamou atenção durante as investigações, é uma suposta atuação assistencialista por parte dos suspeitos.

“Em alguns casos, eles fazem ações para compra de remédio, compra de cesta básica para ajudar as pessoas mais carentes do bairro. E isso demonstra essa forma de agir do grupo que tem como objetivo trazer a comunidade para perto deles com a finalidade de se protegerem, de terem a comunidade ao seu lado”, diz o delegado da Polícia Civil.

Ele ainda explica que esta seria uma forma de obter certa “proteção” da comunidade.

“Essa é a intenção deles, trazer a comunidade para perto para ter um aliado, em eventuais ações policiais, buscando eventualmente que eles sejam protegidos com um esconderijo ou de alguma forma que a comunidade ofereça uma proteção contra eles, que eles fiquem ao seu lado em eventual ação estatal”, conclui.

*Com informações da repórter Greici Siezemel. 

Bookmark the permalink.