Em nova reunião, aldeias em conflito no PR não chegam a acordo e número de desabrigados aumenta para 350


No conflito, 60 casas foram incendiadas, e indígenas estão abrigados em colégio desde então. Aldeias se separaram após divergências sobre lideranças. Reunião entre aldeias da etnia Kaingang com autoridades no Paraná
Lucas Polak/RPC
A reunião entre lideranças indígenas e autoridades nesta quinta-feira (16) terminou sem um acordo entre os indígenas das aldeias da etnia Kaingang, que brigaram entre si na cidade de Pitanga, na região central do Paraná.
Além dos indígenas, participaram do encontro o prefeito de Pitanga, representantes do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Paraná (MP-PR), da Polícia Federal e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
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O impasse entre as aldeias da Serrinha e de Ivaí se intensificou depois de um conflito registrado na madrugada de 4 de janeiro. Na ocasião, após uma briga entre as duas aldeias, sete pessoas ficaram e 242 indígenas da aldeia Serrinha ficaram desabrigados após terem as casas queimadas pela aldeia Ivaí. Relembre detalhes abaixo.
Em 7 de janeiro, as aldeias e o Conselho Estadual dos Povos Indígenas fizeram uma primeira reunião, que também não resultou em um acordo entre as comunidades.
Da mesma forma, os indígenas da comunidade Ivaí não concordaram que a comunidade da Serrinha continuasse vivendo nas terras em que estava. Por outro lado, os indígenas da Serrinha não quiseram ceder o local aos rivais.
Na reunião desta quinta-feira (16), indígenas da aldeia Ivaí propuseram receber os membros da aldeia Serrinha, com exceção de 16 famílias consideradas por eles como causadoras do conflito. A proposta foi rejeitada pelos indígenas da Serrinha, que optaram por permanecer no abrigo com as 16 famílias.
Número de desabrigados aumentou
Desde o conflito, os indígenas desabrigados estão no Colégio Estadual do Campo São João da Colina. Depois do conflito, o número aumentou de 242 para 350, quando parte deles, que estava em outros municípios vendendo artesanatos, retornou para a cidade.
No entanto, a instituição que os acolhe deve iniciar o ano letivo em 5 de fevereiro e, de acordo com a Prefeitura de Pitanga, eles não podem permanecer no local.
Neste período, a prefeitura disse ter acionado Secretarias da Saúde e Assistência Social para auxiliar a população indígena, mas reforçou que o tempo de resolução do conflito e desocupação do colégio está esgotando.
“Recursos que não estavam previstos estão sendo gastos. Até o momento não houve nenhum repasse do governo estadual ou federal para manutenção das famílias”, afirmou.
Cerca de 60 casas foram queimadas no conflito
Polícia Militar
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Relembre a briga entre as aldeias
Briga entre aldeias termina com 200 indígenas Kaigang desabrigados e 60 casas queimadas
242 indígenas, entre eles 35 crianças, precisaram ser abrigados em uma escola após um conflito entre aldeias da etnia Kaingang.
De acordo com a Polícia Militar (PM), a briga aconteceu na madrugada de sábado (4). Na confusão, pelo menos sete pessoas tiveram ferimentos graves e 60 casas foram incendiadas. Assista acima.
A RPC, afiliada da Globo no Paraná, apurou que os membros das duas aldeias viviam em uma só comunidade até o começo de 2024, mas se separaram depois que começaram a divergir sobre questões de liderança.
De acordo com a PM, o conflito de sábado começou depois que indígenas da aldeia Ivaí, da cidade de Manoel Ribas, foram de carro até o limite com a aldeia da Serrinha, em Pitanga, para cuidar de máquinas agrícolas que estavam aplicando veneno em uma lavoura.
No local, ainda segundo a PM, os indígenas de Ivaí foram espancados pelos membros da aldeia rival.
O registro da PM diz, também, que após as primeiras agressões, indígenas da aldeia Ivaí souberam da confusão e foram até o local, onde começou uma briga generalizada.
Seis pessoas ficaram gravemente feridas e foram internadas em um hospital de Manoel Ribas. Outras pessoas tiveram ferimentos leves e foram socorridas por equipes da Secretaria Municipal de Saúde de Pitanga.
No conflito, os indígenas que viviam na aldeia da Serrinha tiveram as casas e veículos incendiados.
A Polícia Civil investiga o caso.
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