Disputa por poder no PGC resultou em emboscada que matou jovem de SC no PR

Uma briga interna em uma das facções atuantes em Araquari, o PGC (Primeiro Grupo Catarinense), resultou na morte de Camila Florindo D’Avila em outubro de 2024. O alvo da ação, segundo a investigação, seria o marido da jovem, mas como ele conseguiu escapar, o grupo de seis homens levou Camila e a assassinou no interior do Paraná.

Camila Florindo e marido, alvo de emboscada do PGC que resultou na morte da jovem de SC no PR

Disputa por poder no PGC resultou em emboscada que matou jovem de SC no PR – Foto: Arquivo pessoal/ND

Por que criminosos queriam sequestrar marido de Camila

A investigação apurou que o marido de Camila exerce uma função de liderança no PGC e cuida de negócios do tráfico. Dentro da organização, no entanto, existem inimigos com vontade de assumir esse poder. Só que para a mudança acontecer, o marido de Camila precisaria “cair”.

Como aconteceu sequestro e morte da jovem

O objetivo do grupo era matar o marido da jovem, mas com a fuga do alvo eles pegaram drogas, dinheiro e obrigaram Camila a entrar em um dos veículos clonados usados no crime, em 8 de outubro de 2024.

Na sequência, a vítima foi jogada em um cativeiro ainda em Araquari por cerca de uma hora e meia, depois foi levada ao Paraná. De acordo com a polícia, na região Metropolitana de Curitiba, os criminosos se desentenderam e não houve um consenso sobre o que fazer com Camila. A briga terminou com um deles morto a tiros. O corpo foi deixado na rua e depois encontrado pelas autoridades.

O grupo seguiu viagem e escolheu a zona rural de Ibaiti para se livrar da jovem. Os criminosos pensaram em liberar a garota, mas mudaram de ideia. Eles mataram Camila a tiros e enterraram seu corpo em uma região de mata fechada. A polícia acredita que o crime ocorreu entre 9 e 10 de outubro.

Corpo encontrado após três meses

Depois de três meses, o corpo da jovem foi encontrado na última terça-feira (14), em Ibaiti, cidade no interior do Paraná, a 457 km da cidade do Norte catarinense.

O local era de difícil acesso, mas um cão farejador da Polícia Civil de Santa Catarina indicou o ponto onde estava a ossada de Camila. A Polícia Científica do Paraná fará uma perícia para verificar se houve tortura.

Local onde o corpo de Camila foi encontrado  - Polícia Civil/Divulgação/ND

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Local onde o corpo de Camila foi encontrado – Polícia Civil/Divulgação/ND

Corpo foi encontrado no último dia 14 - Polícia Civil/Divulgação/ND

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Corpo foi encontrado no último dia 14 – Polícia Civil/Divulgação/ND

Ossada foi encontrada com ajuda de cão da Polícia Civil - Polícia Civil/Divulgação/ND

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Ossada foi encontrada com ajuda de cão da Polícia Civil – Polícia Civil/Divulgação/ND

“Uma moça jovem, mãe de uma criança pequena e que não merecia ter passado por isso”, lamenta o delegado José Gattaz Neto, do DIC (Departamento de Investigações Criminais) de Joinville.

Marido segue foragido

Até o momento, cinco suspeitos já foram presos. As prisões ocorreram em dezembro em São Francisco do Sul, Curitiba, Foz do Iguaçu. Outros dois envolvidos ainda seguem foragidos e serão incluídos na lista vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).

Já o marido da jovem, o verdadeiro alvo da tentativa de assassinato do PGC, segue foragido e com mandado de prisão aberto por tráfico de drogas. Segundo as investigações, a maioria dos suspeitos tinha passagens e era do Paraná. Foragidos, os homens podem estar escondidos no Paraguai.

“Eles têm residência na cidade de Foz do Iguaçu, cidade fronteiriça, e alguns elementos apontaram que eles migram para o Paraguai com frequência. Então, eles ficam entre Foz do Iguaçu e o Paraguai, por isso precisamos comunicar a Interpol”, explicou o delegado.

“A Polícia Civil não vai descansar até localizar todos os envolvidos nesse crime”, garantiu o delegado.

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