Quem foi Martin Luther King, citado por Trump e Michelle Obama?

No dia 28 de agosto de 1963, Martin Luther King proferiu no Lincoln Memorial, na capital Washington D.C, o lendário discurso por igualdade racial “Eu Tenho um Sonho” (“I Have a Dream”, no original). Reprodução

Nesta segunda-feira (20), data em que se celebra a memória de Martin Luther King Jr.,a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama,e oatual presidente norte-americano, Donald Trump,mencionaram o legado do ativista em discursos.

Michelle compartilhou uma mensagem em suas redes sociais, lembrando o impacto do trabalho de King e convocando as pessoas a se envolverem com suas comunidades para honrar sua vida e legado.

“O legado dos serviços do doutor Martin Luther King Jr. sempre me inspira. Nesse dia de MLK, espero que você se junte a mim e ao @whenweallvote [movimento popular] para honrar a vida e legado do Dr. King ao se envolver na sua comunidade”, escreveu.

Já Donald Trump, ao discursar durante seu segundo mandato, também fez referência ao ativista, afirmando: “Hoje é dia de Martin Luther King e em sua honra, nós lutaremos juntos para fazer seu sonho se tornar realidade, faremos seu sonho se realizar.”

Afinal, quem é Martin Luther King Jr?

Martin Luther King Jr. foi um dos mais importantes líderes do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos e um símbolo mundial de luta pela justiça e igualdade racial. Nascido em 15 de janeiro de 1929, em Atlanta, Geórgia, ele se destacou por sua oposição à segregação racial e por sua defesa da não-violência como forma de resistência.

Sua vida e obra marcaram uma era de mudanças profundas na sociedade americana e, por sua atuação, ele virou uma figura central no cenário global das lutas pelos direitos humanos.

King teve uma educação religiosa e se formou em teologia, o que influenciou profundamente sua filosofia de vida. Tornou-se pastor batista, mas sua vocação foi além da igreja. Ele logo passou a se engajar em causas sociais, se tornando um dos principais porta-vozes do movimento dos direitos civis dos anos 1950 e 1960.

Em 1955, ele participou de um dos momentos mais emblemáticos da luta contra a segregação racial nos Estados Unidos: o boicote aos ônibus de Montgomery, que ocorreu após a prisão de Rosa Parks, uma mulher negra que se recusou a ceder seu assento para um homem branco em um ônibus público. O boicote foi um grande sucesso e catapultou o ativista à liderança do movimento.

Em 1963, Martin Luther King fez um dos discursos mais famosos da história americana, o “I Have a Dream” (“Eu Tenho um Sonho”), durante a Marcha sobre Washington, onde mais de 250 mil pessoas se reuniram para exigir igualdade racial.

Nesse discurso, o ativista falou sobre sua visão de um país onde a cor da pele não fosse mais um fator de discriminação. Ele sonhava com um país onde as pessoas seriam avaliadas pelo “conteúdo de seu caráter” e não pela cor de sua pele, como ele mesmo declarou em seu discurso.

A luta de King não se limitou ao ativismo social. Ele também se posicionou contra a guerra do Vietnã e a pobreza, entendendo que as questões de justiça social estavam interligadas a questões econômicas e de paz.

Sua atuação era sempre pautada pela crença no poder da não-violência, uma filosofia inspirada por Mahatma Gandhi. Ele acreditava que a paz, a justiça e a liberdade não poderiam ser alcançadas por meios violentos e que a resistência passiva seria a maneira mais eficaz de transformar a sociedade.

A importância de Martin Luther King é reconhecida em todo o mundo, especialmente pelos avanços que ele proporcionou na luta pela igualdade racial nos Estados Unidos.

Sua liderança foi fundamental para a aprovação de legislações importantes, como a Lei dos Direitos Civis de 1964, que proibia a discriminação em empregos, escolas e lugares públicos, e a Lei do Direito de Voto de 1965, que garantiu maior acesso ao voto para os afro-americanos.

A relevância de King transcende as fronteiras dos Estados Unidos. Sua mensagem de não-violência e igualdade inspirou movimentos em várias partes do mundo, e ele é amplamente reconhecido como uma figura globalmente influente na defesa dos direitos humanos.

Em 1964, ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho em prol da não-violência e da justiça social.

Martin Luther King também se tornou um ícone cultural, sendo lembrado não apenas por suas ações, mas também por suas palavras.

Sua citação mais famosa, “Eu tenho um sonho”, permanece viva em discursos, livros e filmes, sendo uma expressão do anseio por um mundo mais justo e igualitário. Sua morte ocorreu em 1968, assassinato em Memphis, Tennessee.

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