‘Brilhante e raro’: primeiro cometa de 2025 pode ser visto a olho nu ao longo da semana no interior de MG


Cometa C/2024 G3 Atlas foi avistado em Patos de Minas e pode ser visto de outras localidades do Brasil. Astrônomos consideram fenômeno raro por causa da intensa magnitude do brilho dele. Cometa C/2024 G3 ATLAS foi avistado em Patos de Minas no sábado (18). Vídeo: Gilberto Dumont/Observatório de Astronomia de Patos de Minas
O primeiro cometa visto a olho nu da Terra em 2025 passou também no céu de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, e poderá ser avistado durante a semana em Minas Gerais. Imagens da aparição do cometa “C/2024 G3 Atlas” foram registradas e viralizaram nas redes sociais.
Quem não deixou o fenômeno raro passar despercebido foi especialista em ensino de Astronomia e diretor do Observatório de Astronomia de Patos de Minas, Gilberto Dumont. Veja vídeo acima.
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Fenômeno raro
Ao g1, Dumont contou que o cometa é raro por conta da intensa magnitude que o brilho dele atingiu. Ele ainda poderá ser visto no céu nestes próximos dias, mas perderá o brilho à medida que se afasta do Sol, deixando de ser visível a olho nu. No entanto, não é possível saber até quando ele será avistado a olho nu.
O cometa foi descoberto no Rio Hurtado, no Chile, no dia 5 de abril de 2024, pelo “Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System” (Atlas), um sistema de alerta desenvolvido pela Universidade do Havaí e financiado pela Nasa.
Cometas são formados principalmente de gelo, poeira e rochas e podem ser tão antigos quanto o próprio Sistema Solar, pois são restos do processo de formação dos seus sistemas estelares.
Conforme se aproximam da Terra, novos cometas são catalogados e são feitas estimativas, mas nem sempre eles se comportam com o brilho esperado. Em alguns casos, chegam a surpreender com um brilho maior do que o previsto.
Segundo o diretor do Observatório de Astronomia de Patos de Minas, o cometa foi um dos mais brilhantes dos últimos anos. Gilberto também disse que é possível que não tenhamos outra aparição como essa neste ano, visto que não é comum fenômenos como esse atingirem uma magnitude tão brilhante quanto essa.
“Cometas são imprevisíveis. Outros surgirão no céu e serão descobertos e catalogados. Por isso é difícil predizer de quanto em quanto tempo surgem”, disse Gilberto.
Cometa raro ainda pode ser visto a olho nu nos próximos dias se as condições atmosféricas forem favoráveis
Gilberto Dumont/Observatório de Astronomia de Patos de Minas
Melhores momentos de observação já passaram
Presidente da Associação Paraibana de Astronomia e diretor técnico da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), Marcelo Zurita contou ao g1 que o periélio do cometa – quando ele está mais próximo do Sol e mais brilhante – foi no dia 13 de janeiro. No entanto, foi a partir do dia 15 que foi possível começar a vê-lo a olho nu.
O astrônomo amador também confirmou que os melhores momentos de observação do cometa já passaram, mas que ele ainda estará visível no céu nos próximos dias. Além do Brasil, todo o Hemisfério Sul e parte do Hemisfério Norte conseguem ver o fenômeno.
Ele contou ainda que, apesar de ser um fenômeno raro, o cometa não será mais brilhante do que o “Cometa do Século”, o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS), avistado no Brasil em setembro do ano passado.
“Isso é raro. É muito difícil a genter ver um cometa a olho nu. Por isso está se falando tanto dele. Provavelmente, ele vai ser o mais brilhante deste ano”, disse Marcelo Zurita.
Como observar o cometa nos próximos dias
O cometa C/2024 G3 Atlas está visível a olhou nu em grande parte do Brasil durante o mês de janeiro, no período do entardecer, logo após o pôr do Sol. Ele ainda poderá ser avistado nos próximos dias, por cerca de uma a duas semanas.
Para conseguir vê-lo, é importante ter condições atmosféricas favoráveis, como um céu sem nuvens. Também é recomendável um horizonte livre de prédios e árvores para não obstruir a visão. No Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, o cometa está visível há cerca de um palmo de altura do horizonte, na mesma direção na qual o Sol de põe, a Oeste.
*Estagiária sob supervisão de Caroline Aleixo.
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