Prefeitura assina decreto de emergência após empresa suspender transporte público em SC

Após o Coletivo Santa Cruz anunciar a suspensão do transporte público em Canoinhas, no Planalto Norte catarinense, a prefeitura da cidade precisou assinar um decreto de situação de emergência para garantir a continuidade do serviço. O caso gerou preocupação em moradores nesta sexta-feira (25).

Transporte público em Canoinhas (SC)

Prefeitura de SC assina decreto de emergência após empresa suspender transporte público – Foto: JMais/Coletivo Santa Cruz/ND

Suspensão foi anunciada nos ônibus e redes sociais

O anúncio da suspensão do transporte foi exposto dentro dos veículos da frota do Santa Cruz, que opera na cidade desde 1969. No comunicado, a empresa afirma que “a partir de segunda-feira, dia 27/01/2025, está suspensa a prestação do transporte coletivo municipal.” A mensagem é a mesma compartilhada na internet.

Em resposta à reportagem do portal JMais, o diretor do coletivo, Rodrigo Dams, afirmou que a decisão foi tomada por causa do baixo número de passageiros. Para manter o negócio sustentável, o fluxo mensal precisaria ser de 75 mil pessoas usando o transporte, no entanto, o número atual é de 15 mil.

Segundo Dams, a empresa discute com o município, desde dezembro, uma forma de manter a frota de cinco linhas operando normalmente. Porém, a prefeitura e a empresa não teriam chegado a um acordo, conforme o diretor.

A direção do Coletivo Santa Cruz ainda explica que, mesmo aumentando a tarifa do transporte público em 50% – o que significaria um valor de R$ 6 -, não seria suficiente para manutenção do serviço. “Não sei o que vai acontecer, porque é insustentável. Estamos afundando cada vez mais”, disse Dams.

Manutenção do transporte público

Procurada pela reportagem do portal ND Mais, a Prefeitura de Canoinhas afirmou que o transporte público continuará funcionando, mesmo após a empresa responsável informar que não tem mais interesse em operar as linhas.

“Com o decreto, o município está realizando a intervenção da empresa Coletivo Santa Cruz para garantir que a população tenha o serviço público até que uma nova prestadora seja contratada”, informou a prefeitura.

A administração municipal ainda afirmou que a direção da empresa ficará sob responsabilidade de uma comissão de intervenção e que as tarifas continuam sem alteração.

Crise e Et Pater Filium

Ainda de acordo com o JMais, a crise da empresa se agravou ainda mais com o escândalo da operação Et Pater Filium. Segundo a apuração do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), a empresa Transportes Santa Cruz, pertencente aos mesmos proprietários do Coletivo, pagava propina para afastar concorrentes em processos licitatórios e superfaturava itinerários do transporte escolar. Desde o ano passado, a Transportes Santa Cruz não opera mais na região.

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