Golpistas se aproveitam de sensação de insegurança com facções em Macapá; saiba como se proteger


Segundo investigação, criminoso que conseguiu enganar empresária por telefone é, na verdade, da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Bandidos se aproveitam da sensação de insegurança pra aplicar golpes em Macapá
No Norte do Brasil, para onde migraram facções criminosas da Região Sudeste, bandidos estão se aproveitando da sensação de insegurança para aplicar golpes.
Uma empresária de Macapá ainda se recupera do trauma. Ela estava na rua quando atendeu a uma ligação. Do outro lado da linha, um homem fez a ameaça.
“Eles alegaram que eu seria brutalmente morta porque eu fiz essa denúncia. E eles pagaram um preço muito grande por isso”, conta a vítima.
O bandido fez ameaças por causa de uma denúncia na polícia – que nunca ocorreu – contra uma facção criminosa e exigiu dinheiro para não invadir a casa da empresária.
Bandido: Agora, a senhora abra o aplicativo da senhora. E vamos fazer o procedimento aqui para dar baixa que eu vou entrar aqui no caderno para sua família não ser esculachada. A senhora vai fazer agora.
Vítima: Certo, vou fazer.
Bandido: A senhora não vai brincar com sofrimento da minha família aqui não, certo?
Vítima: Não, jamais. Eu não… Desculpe, meu senhor. Eu não conheço ninguém. E por favor, eu não quero problema. Por favor! Eu só sou uma pessoa honesta, tá?
Foram 40 minutos ao telefone com os bandidos. E pensando ter sido confundida com outra pessoa, a empresária fez duas transferências em dinheiro. Ao todo, R$ 2,5 mil repassados para os golpistas. Este tipo de ameaça está sendo chamada de golpe da facção.
“A Polícia Civil tem atuado no combate a esses crimes. Então, o criminoso liga para a pessoa, começa a gritar. Muitas das vezes, ele consegue dados que estão disponíveis na internet. Então, o endereço da pessoa”, diz Leandro Leite, delegado da Polícia Civil de AP.
Golpistas se aproveitam de sensação de insegurança com facções em Macapá; saiba como se proteger
Jornal Nacional/ Reprodução
O golpista que chantageou a empresária mora bem longe do Amapá. Ele já tem passagens pela polícia por extorsão e está sendo procurado.
“Nós conseguimos investigar, identificar esse suspeito no estado do Rio de Janeiro, na cidade Duque de Caxias. Houve uma confrontação com fotografias de bancos de dados e de cadastro bancário e ele foi apontado ali como o autor desse crime”, afirma o delegado Leandro Leite.
No Amapá, a guerra entre facções criminosas se aprofundou a partir de 2023. E é o maior desafio das forças de segurança. Com medo, a população fica mais vulnerável à ação dos bandidos.
“O dinheiro, a gente sabe que faz falta, porque uma pessoa honesta, trabalhadora, que ganha seu dinheiro de uma forma saudável, vai fazer falta, claro. Mas o fator psicológico, ele é terrível. Eu passei dias após esse episódio sem querer sair de casa”, conta uma vítima.
As orientações do delegado são: ao levar um golpe, faça o boletim de ocorrências e redobre a atenção na hora de atender ligações de números desconhecidos.
“Se a pessoa perceber que não tem nenhum vínculo de nada, que é uma história que eles estão criando, pode desligar, pode bloquear que isso é um golpe”, orienta o delegado Leandro Leite.
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