Pai de médico que infartou ajudando vítimas da chuva no RS é preso por estupro durante velório do filho no ES


Prisão aconteceu 16 anos após condenação, em 2008. Condenado estava em um cemitério na Serra, na Grande Vitória. Penitenciária Estadual de Vila Velha VI. Espírito Santo
Sejus/ES
Um homem de 82 anos, condenado em 2008 pelo crime de estupro, foi preso no último dia 19, quando estava em um cemitério na Serra, na Grande Vitória, velando o próprio filho. A prisão de Walter José Borges ocorreu quase 18 anos após o início do processo judicial.
O homem foi encaminhado à Penitenciária Estadual de Vila Velha VI, na mesma região, onde cumprirá pena de nove anos em regime fechado.
Walter José é pai do médico anestesista Walter José Roberte Borges, de 50 anos, que morreu no dia 18 deste mês, após quase oito meses internado em decorrência de um infarto que sofreu em Pelotas, no Rio Grande do Sul, enquanto ajudava as vítimas atingidas pelas enchentes no estado gaúcho.
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O mandado de prisão foi cumprido após o recebimento de uma denúncia anônima, informando que o condenado estaria no enterro do filho.
No documento expedido contra Walter, consta a informação de que o processo já está “tramitado em julgado”, ou seja, não há mais possibilidade de recurso por parte do condenado.
Segundo informações disponibilizadas no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), o processo corre desde 2006, na 2ª vara criminal de Vitória.
A Polícia Civil informou que o suspeito, de 82 anos, foi conduzido à Delegacia Regional de Serra, onde teve um mandado de prisão cumprido em seu desfavor. Após os procedimentos de praxe, ele foi encaminhado ao sistema prisional.
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A Secretaria de Justiça do Espírito Santo confirmou que Walter deu entrada na Penitenciária Estadual de Vila Velha VI no último dia 19, pelo artigo 213 do Código Penal (CP) brasileiro, que trata do crime de estupro. A pena para este crime é de reclusão de 6 a 10 anos.
Walter não possui registro anterior de passagem pelo sistema prisional capixaba.
Defesa diz que cliente nega crime
O advogado Mauro Sérgio dos Santos Loureiro, que fez a defesa de Walter, informou que o cliente jamais se conformou com a decisão judicial definitiva e que nega, veementemente, a prática do crime.
“É importante dizer que os laudos periciais, firmados por dois médicos legistas do DML, revelaram que a suposta vítima não teve sua integridade física violada e nem foi detectada a presença de espermatozoide.
É certo que ele estava, como ainda está indignado com a possibilidade de cumprir a pena, pois, mesmo que a sentença tenha sido condenatória, ele reitera sua inocência. Todavia, não estava foragido, mas apenas havia mudado de residência, indo conviver com seus parentes, dentre eles, o seu filho médico, de Linhares, que veio a falecer”.
Ainda de acordo com o advogado, Walter tem uma família “bem estruturada e jamais se viu envolvido em qualquer evento criminoso”.
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