Entenda como o IBGE calcula a taxa de desemprego no Brasil


Seguindo o padrão internacional, a PNAD Contínua classifica como desocupadas pessoas que não trabalham, mas que estão ativamente em busca de uma oportunidade. Outras taxas, como a da força de trabalho ‘desperdiçada’, também são divulgadas mensalmente. Entenda como o desemprego é calculado no Brasil
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (31) que o Brasil encerrou o ano de 2024 com a menor taxa de desocupação da série histórica: 6,6%, na média anual.
O país também bateu o recorde de pessoas ocupadas: mais de 103,3 milhões, na estimativa do ano, que possibilitaram um nível da ocupação de 58,6%. Enquanto isso, a taxa de subutilização ficou em 16,2%.
Mas você sabe o que cada um desses termos significa? E como é feita, na prática, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua?
Assista ao vídeo acima para entender o que são os dados divulgados mensalmente pelo IBGE, ou clique nos termos do índice abaixo.
➡️ VEJA AQUI A EVOLUÇÃO DOS DADOS DE 2012 A 2024
Saiba abaixo o que significa:
Taxa de desocupação;
Nível da ocupação;
Grupo dentro e fora da força de trabalho;
Desalento;
Taxa de subutilização.
Brasil fecha 2024 com a menor taxa de desemprego da história
1. Taxa de desocupação
Seguindo o padrão internacional, para permitir a comparação dos dados do Brasil com os de outros países, o IBGE considera como desocupadas as pessoas que não trabalham, mas estão ativamente em busca de uma oportunidade.
A taxa de desocupação, por sua vez, popularmente conhecida como taxa de desemprego, é o percentual de desocupados dentro do grupo de pessoas que estão na força de trabalho do país.
🔎 A força de trabalho é a soma dos ocupados com os desocupados. (leia mais abaixo)
2. Nível da ocupação
A população ocupada engloba todas as pessoas que têm algum tipo de ocupação, como:
Empregados com ou sem carteira assinada;
Funcionários públicos;
Trabalhadores por conta própria;
Empregadores;
Trabalhadores domésticos;
Trabalhadores familiares auxiliares (pessoas que ajudam no trabalho de familiares sem remuneração).
O nível da ocupação é o percentual de pessoas ocupadas dentro da população brasileira em idade de trabalhar, ou seja, que tem 14 anos ou mais.
Como parte dos ocupados, o IBGE calcula também a taxa de informalidade, que considera os empregados sem carteira de trabalho assinada, empregadores e trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.
3. Grupo dentro e fora da força de trabalho
A soma dos ocupados com os desocupados representa a força de trabalho do Brasil. O restante da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais) está, portanto, fora da força de trabalho.
São pessoas desocupadas que não estão procurando emprego ou não estão disponíveis para trabalhar, por diferentes razões.
Neste grupo, entram aposentados, jovens que estão estudando e donas de casa que não trabalham fora, além dos desalentados (entenda a seguir) e outras pessoas sem interesse ou condições de trabalhar.
Brasil fecha 2024 com menor taxa de desemprego em 12 anos
4. Desalento
Uma parte importante do grupo fora da força de trabalho são os desalentados, pessoas que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar emprego por acharem que não encontrariam, por vários motivos, como:
Não encontrar trabalho na região onde mora;
Não conseguir trabalho adequado,
Não conseguir trabalho por ser considerado muito jovem ou idoso, ou
Não ter experiência profissional ou qualificação.
Pessoas que recebem Bolsa Família ou outros programas de transferência de renda podem fazer parte de qualquer um dos grupos citados acima.
Se tiverem um trabalho informal, por exemplo, serão contabilizadas como ocupadas. Elas também podem estar desocupadas, procurando emprego, ou fora da força de trabalho, inclusive no grupo dos desalentados.
5. Taxa de subutilização
Na prática, a taxa de subutilização representa a força de trabalho “desperdiçada” no país. Ela é formada por pessoas que têm potencial para trabalhar, mas não estão ocupadas ou não trabalham horas o suficiente.
O percentual desse grupo é calculado em relação à força de trabalho ampliada, que soma os ocupados e desocupados (força de trabalho) com a força de trabalho potencial, das pessoas que não estão procurando emprego ou não estão disponíveis, mas teriam condições de trabalhar.
O cálculo exclui, portanto, aposentados, adolescentes em idade escolar e outros grupos considerados fora da força de trabalho potencial.
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