Registro de ‘peixe do juízo final’ no ES viraliza, mas vídeo não foi feito no litoral capixaba; assista


Animal vive em águas profundas e, segundo especialista, quando aparece na superfície é porque pode estar doente. Registro de ‘peixe do juízo final’ viraliza, mas vídeo não foi feito no litoral do ES
Um vídeo que mostra um peixe remo, também conhecido como “peixe do fim do mundo” ou “peixe do juízo final”, começou a circular nas redes sociais esta semana como se o animal tivesse sido encontrado em uma ilha no litoral do Espírito Santo.
A imagem chama a atenção pela aparência e formato do peixe e, claro, seu apelido inusitado. No vídeo, é possível ver que um homem chega a tocar no animal. Mas, de acordo com apuração do g1, o flagrante não foi feito em águas capixabas.
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Segundo o biólogo Guilherme Dias dos Passos, o animal em questão existe sim e é um Regalecus glesne, ou seja, o peixe do juízo final. Mas, as características do ambiente não se assemelham às do Espírito Santo, onde não há relatos de aparição da espécie.
Registro de ‘peixe do juízo final’ no Espírito Santo viraliza, mas vídeo não foi feito no litoral capixaba
Reprodução
“O registro não parece ter sido feito no Espírito Santo, se assemelha mais com regiões do litoral norte-americano, onde são mais comuns relatos de aparecimento da espécie”, falou, destacando características como formação rochosa, vegetação e um paredão de pedra que aparece no vídeo que não existe no estado capixaba.
O nome de uma ilha desabitada no Golfo da Califórnia, chamada Espiritu Santo, justamente na região apontada pelo biólogo, pode ter provocado a confusão nas redes sociais. Muitas pessoas estão vendo o nome e associando ao estado do Espírito Santo.
Segundo o especialista, já foram feitos registros do peixe do juízo final no Brasil, o último deles na região de Saquarema, no Rio de Janeiro, em 2024.
Fazendo uma busca reversa na internet, é possível identificar que a imagem circula nas redes há cerca de duas semanas e teria sido feita no México, na região da Baja Califórnia, publicado em um perfil numa rede social.
O perfil que publicou o vídeo é de uma mulher, que tem pouco mais de dois mil seguidores. No post ela, inclusive, marca a localização “isla Espiritu Santo”.
Registro de ‘peixe do juízo final’ no Espírito Santo viraliza, mas vídeo não foi feito no litoral capixaba
Reprodução
Por que o peixe ganhou ‘apelido catastrófico’?
A associação do animal com um remo é mais fácil de imaginar, se dá devido ao formato achatado e à maneira do nado, tendendo a flutuar verticalmente.
Já a associação com o fim do mundo ou com o juízo final nasceu de histórias que relacionam o aparecimento do peixe antes de eventos naturais, como terremotos. Mas tudo seria apenas coincidência.
“Algumas lendas dizem que o peixe teria uma relação com o fim do mundo, que, na verdade, seriam mais eventos como terremotos, maremotos, porque ele já foi avistado na superfície antes de eventos como esses. Em 2011, por exemplo, ele foi visto antes do abalo sísmico que atingiu reatores nucleares de Fukushima, o que reforçou ainda mais as histórias”, contou Guilherme.
Entretanto, segundo o especialista, não existem relatos científicos que comprovem que esses animais estejam ligados a atividades sísmicas, como se previsse o fenômeno ou algo semelhante.
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Vida em águas profundas
O peixe do juízo final vive em águas profundas, na zona mesopelágica e nas áreas abissais dos oceanos.
“São zonas abaixo de mil metros de profundidade, são animais que não têm como seu habitat regiões mais superficiais, então, quando são vistos, podem gerar toda essa comoção mesmo”, disse o biólogo.
Segundo Guilherme, o peixe está presente em, praticamente, todos os mares do mundo, exceto nos polos.
“Geralmente, quando são vistos na superfície, como no caso do vídeo, é porque estão debilitados, feridos, quando há uma mudança na corrente marítima e ficam desorientados ou quando estão próximo à morte”, explicou.
O biólogo lembrou que, a orientação em casos como o registro é acionar o órgão competente para fazer o manejo desses animais.
“Os encontros são difíceis, mas, seja com ele ou outra espécie do tipo, não é aconselhável a população fazer o contato, ficar passando a mão. Até porque, como comentado, se está na superfície pode estar doente. O melhor é acionar um órgão responsável se ele estiver em um local em que precise ser removido”, orientou o biólogo.
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