Quem é Davi Alcolumbre, parlamentar amapaense que vai presidir o Senado até 2027

O senador Davi Alcolumbre (UNIÃO-AP) foi eleito presidente do Senado na manhã deste sábado (1º) e vai ocupar o cargo até 2027. Com 73 votos, vai assumir o cargo pela segunda vez, no qual atuou entre os anos de 2019 e 2021.

Davi Alcolumbre foi eleito presidente do Senado – Foto: Flickr/Davi Alcolumbre/ND

Alcolumbre derrotou os candidatos Eduardo Girão (Novo-CE), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS).

Seus pais são Samuel José Tobelem Júlia Peres Alcolumbre, judeus que migraram do Marrocos para o Brasil e se estabeleceram no Amapá através do comércio.

O político nasceu em Macapá, no dia 19 de junho de 1977, e se tornou o primeiro judeu a presidir o Senado Federal.

Alcolumbre com seus filhos durante tempo de jejum – Foto: Reprodução/Instagram/ND

Trajetória política de Davi Alcolumbre

Alcolumbre começou na política muito jovem. Em 2000, quando tinha 22 anos, foi eleito vereador de Macapá, no Amapá. Três anos depois, em 2003, foi eleito deputado federal pelo Amapá, cargo que ocupou por três mandatos consecutivos.

Em 2014, surpreendeu ao se eleger senador. Alcolumbre conseguiu derrotar Gilvam Borges (PMDB), figura política de longa data no Amapá que já havia ocupado o cargo de senador.

Outra favorita para o cargo na época era Cristina Almeida (PSB), que atuava como deputada estadual e tinha apoio do então governador do Amapá, Camilo Capiberibe, para chegar ao Senado.

Davi Alcolumbre teve apenas duas derrotas ao longo de sua vida política: uma em 2012, quando se candidatou a prefeito de Macapá, e outra em 2018, quando tentou o cargo de governador do Amapá.

Alcolumbre foi eleito presidente do Senado pela primeira vez em 2019 – Foto: Reprodução/ND

Em 2019, foi eleito presidente do Senado em uma votação conturbada, cargo que ocupou até 2021. Atualmente, exerce o mandato de Senador, que tem duração até 2031.

Após deixar o cargo, assumiu a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), considerada a mais importante da Casa.

Atuação de Davi Alcolumbre nos bastidores

Alcolumbre é conhecido por sua atuação discreta, evitando confrontos diretos e costurando acordos nos bastidores. Seu cargo de liderança no Senado (2019-2021) o permitiu construir uma ampla rede de aliados, tanto entre parlamentares quanto no Executivo e Judiciário.

Ele transita em diferentes grupos, adaptando seu papel conforme o contexto político. Em seu primeiro mandato como presidente do Senado, em 2019, só conseguiu se eleger com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), político considerado de direita.

Desta vez, também garantiu o apoio do presidente Lula (PT), da esquerda, que até exonerou os ministros congressistas para que eles comparecessem ao Senado e votassem em Alcolumbre.

Em 23 de outubro de 2019, devido a viagens do presidente Jair Bolsonaro, do vice-presidente Hamilton Mourão e à ausência do então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre assumiu interinamente a presidência da República por dois dias.

O senador aproveitou a oportunidade para assinar o decreto que regulamentava a transferência definitiva de terras da União para o estado do Amapá, conforme previsto na Medida Provisória (MP) 901/2019, atendendo a uma reivindicação estadual que estava em discussão há trinta anos.

O primeiro mandato de Davi Alcolumbre como presidente do Senado

A eleição de Davi Alcolumbre para a presidência do Senado em 2019 foi marcada por uma disputa intensa, repleta de articulações políticas, polêmicas e reviravoltas nos bastidores.

Ele derrotou o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que disputava a quinta reeleição, e se tornou o presidente mais jovem da Casa, com 41 anos.

Kátia Abreu retirou documento das mãos de Alcolumbre durante sessão em 2019 – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/ND

Alcolumbre era o presidente da mesa que conduzia a eleição e, ao mesmo tempo, concorria ao cargo, o foi visto como um conflito de interesses pelos opositores.

A eleição deveria ser secreta, mas na primeira tentativa de votação, apareceram dois votos a mais do que o número de senadores presentes.

A senadora Kátia Abreu (PP) subiu na mesa diretora e tomou os documentos com as ordens do dia das mãos de Alcolumbre, enquanto esbravejava “Ele é candidato! Ele é candidato e não pode presidir essa sessão!”.

A sessão foi anulada e realizada novamente no dia seguinte, quando Davi Alcolumbre foi eleito com 42 votos.