450 milhões de anos: animal que resistiu a 5 extinções agora pode desaparecer

Um animal que resistiu a cinco extinções em massa na história do planeta Terra pode estar com os dias contados por causa das atividades realizadas pelos homens.
Trata-se do carangueijo-ferradura (Limulidae spp.), habitante da Terra há 450 milhões de anos.
Eles são fundamentais para a medicina moderna devido ao seu sangue azul, rico em hemocianina e com propriedades antibacterianas.
Essa característica permite a produção do Lisado de Amebócitos de Limulus (LAL), essencial na detecção de endotoxinas bacterianas em vacinas e equipamentos médicos.
Esses animais são conhecidos por sua incrível capacidade de sobrevivência, tendo superado eventos catastróficos como a extinção do Permiano-Triássico, que exterminou cerca de 96% das espécies marinhas há 252 milhões de anos.
Segundo os cientistas, essa resiliência é atribuída à sua biologia robusta e adaptabilidade a mudanças ambientais extremas.
A coleta de sangue desses animais para uso na medicina é um dos fatores que tem contribuído para o seu declínio populacional.
Embora a maioria seja devolvida ao mar após a extração, muitos caranguejos-ferradura morrem devido à fragilidade resultante do processo.
Além disso, atividades como a pesca têm agravado a situação. Na Baía de Delaware, nos Estados Unidos, as populações caíram em até 75% desde os anos 1980.
Algumas soluções propostas por ambientalistas incluem o desenvolvimento de substitutos artificiais para o sangue e proteção dos habitats de desova.
Outras propostas são: regulamentações mais rígidas para a coleta dos animais e campanhas de conscientização pública sobre sua importância ecológica e médica. Conheça mais sobre esse animal fascinante!
Apesar do nome, os caranguejos-ferradura não são caranguejos de verdade, mas sim mais intimamente relacionados a aracnídeos, como aranhas e escorpiões.
Com uma aparência que pouco mudou ao longo de milhões de anos, eles são uma das mais antigas espécies animais do planeta.
Seu formato é peculiar, com um corpo protegido por uma carapaça em forma de ferradura, olhos compostos proeminentes e uma cauda longa e rígida chamada télson, usada para auxiliar na locomoção e para se desvirar caso fiquem de cabeça para baixo.
Os caranguejos-ferradura habitam principalmente regiões costeiras de águas rasas, como na costa leste da América do Norte e no Sudeste Asiático.
Durante a maré alta da primavera, milhões de caranguejos-ferradura sobem às praias para acasalar.
As fêmeas depositam milhares de ovos na areia, que se tornam alimento essencial para aves migratórias, como os maçaricos, durante suas viagens.
Eles também desempenham papéis importantes nos ecossistemas marinhos, servindo de alimento para aves migratórias e contribuindo para a saúde do habitat costeiro ao remexer sedimentos no fundo do mar.
Em algumas culturas asiáticas, os caranguejos-ferradura são considerados símbolos de boa sorte e, em certos contextos, de eternidade, devido à sua longevidade e aparência quase imutável ao longo dos milênios.
A preservação dos caranguejos-ferradura é fundamental não apenas para a manutenção da biodiversidade marinha, mas também para garantir o desenvolvimento de medicamentos seguros e eficazes.
Bookmark the permalink.