Cientistas descobrem interruptor no cérebro que liga e desliga a ansiedade

Os pesquisadores da Weill Cornell Medicine identificaram recentemente um circuito cerebral, que quando ativado, é capaz de reduzir a ansiedade sem prejudicar a memória.

A descoberta, publicada na revista Neuron, abre caminho para tratamentos eficazes contra transtornos de ansiedade, sem efeitos colaterais cognitivos comuns em medicamentos tradicionais.

A pesquisa analisou o funcionamento do receptor de glutamato metabotrópico 2 (mGluR2), uma proteína que está presente em vários circuitos cerebrais.

na foto aparece um desenho com uma parte específica do cérebro após reduzir a ansiedade

Estudo analisou para alterações no córtex pré-frontal – Foto: Reprodução/ND

Receptor no cérebro para reduzir a ansiedade

Os pesquisadores descobriram que, quando se ativa esse receptor em uma via específica, que leva à BLA (amígdala basolateral), e isso ajuda a reduzir a ansiedade, sem afetar negativamente a memória.

Os tratamentos para transtornos de ansiedade costumam atuar em diversos receptores cerebrais e causam efeitos colaterais indesejados, como comprometimento da cognição.

Entretanto, essa pesquisa demonstrou que estimular o circuito correto pode evitar essas consequências.

Detalhes do estudo

A equipe de pesquisadores utilizou uma abordagem inovadora chamada fotofarmacologia, que permite ativar receptores específicos com luz. Isso possibilitou identificar dois circuitos que se conectam à amígdala e estão envolvidos na regulação da ansiedade.

na foto aparece um cérebro conectado com transtorno de ansiedade

Tônico para o cérebro entrega benefícios – Foto: Reprodução Internet

Circuito Córtex Pré-Frontal Ventromedial – BLA

A ativação desse receptor no circuito reduziu comportamentos ansiosos, mas levou a comprometimento da memória de trabalho.

Circuito Ínsula – BLA

A ativação do mesmo receptor nesse circuito reduziu a esse transtorno sem afetar a memória, normalizando comportamentos sociais e alimentares.

Implicações para o tratamento

A descoberta do circuito Ínsula – BLA como possível tratamento desse transtorno representa um grande avanço. Atualmente medicamentos como benzodiazepínicos e antidepressivos podem causar sedação, dependência e prejuízos cognitivos.

O estudo sugere que ao desenvolver tratamentos mais seletivos para esse circuito, pode-se obter um alívio desse transtorno sem efeitos colaterais comuns.

Próximos passos na pesquisa

O próximo passo da pesquisa é buscar desenvolver medicamentos que atuem exclusivamente no circuito Ínsula – BLA, sem afetar outras regiões cerebrais onde o receptor mGluR2 está presente.

A equipe ainda pretende utilizar a tecnologia para estudar outras classes de medicamentos, como o opioides e antidepressivos, e assim buscar entender melhor seus impactos nos circuitos cerebrais.

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