Biomédica condenada por deformar boca de modelo aguarda julgamento por homicídio em MG

Lorena Marcondes aguarda julgamento pelo homicídio de Íris Dorotéia do Nascimento Martins, de 46 anos que faleceu em maio de 2023, após passar por uma lipoescultura na clínica da biomédica. Biomédica Lorena Marcondes
Reprodução/Site oficial
A biomédica Lorena Marcondes, de Divinópolis, condenada à prisão no regime semiaberto, por deformar a boca de um modelo de Belo Horizonte, também aguarda julgamento pelo homicídio de Íris Dorotéia do Nascimento Martins, de 46 anos. Íris morreu em maio de 2023, após passar por uma lipoescultura realizada na clínica de Lorena, que foi interditada após a morte da paciente.
No processo movido pelo modelo Eduardo Luiz Santos, a biomédica foi condenada a 4 anos de prisão em regime semiaberto e ao pagamento de uma indenização de R$ 50 mil.
A sentença foi dada pela juíza Marcilene da Conceição Miranda, da 3ª Vara Criminal da Comarca de Divinópolis. A publicação é do dia 31 de janeiro deste ano, de acordo com o documento que o g1 teve acesso.
O advogado da biomédica, Tiago Lenoir, disse que entrou com recurso e que espera que o Tribunal de Justiça reverta a decisão de primeira instância.
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Relembre a morte de Íris
Íris Dorotea Nascimento Martins passou mal e morreu após procedimento estético em Divinópolis 08-05-2023
Reprodução/Redes sociais
A vítima, que buscava remodelar o corpo, sofreu uma parada cardiorrespiratória ainda na clínica, que ficava no Centro de Divinópolis. Ela chegou a ser socorrida e levada ao Complexo de Saúde São João de Deus, mas não resistiu.
Após a morte, a Vigilância Sanitária interditou o estabelecimento e constatou que a clínica realizava procedimentos invasivos sem a devida autorização. Lorena Marcondes foi presa em flagrante junto com a auxiliar, Ariele Cristina de Almeida Cardoso. As duas foram encaminhadas ao Presídio Floramar.
Após a primeira prisão, no dia 8 de maio de 2023, ocasião em que a biomédica cumpriu 15 dias de detenção no Presídio Floramar, ela foi encaminhada para prisão domiciliar, liberada em agosto de 2023.
Nesse período em que esteve em liberdade, Lorena se dedicou a criar uma linha própria de cosméticos e, desde então, passou a comercializar os itens pela internet. Ela também ingressou no universo da moda feminina e passou a vender roupas, também on-line.
Indiciamento
Em outubro de 2023, a Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou a biomédica por homicídio doloso qualificado, ou seja, quando há a intenção de matar ou se assume o risco da morte. Segundo o delegado responsável pelo caso, Marcelo Nunes, a investigação comprovou que Lorena realizava cirurgias estéticas sem ter formação médica.
A prática de lipoaspiração por biomédicos é proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o que reforçou a acusação contra a profissional.
Prisão preventiva e novo julgamento
Em março de 2024, Lorena foi novamente presa preventivamente em um condomínio em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Justiça determinou a medida para evitar que ela realizasse novos procedimentos irregulares e por risco de fuga.
Em maio de 2024, ela deixou o presídio Floramar mediante um alvará de soltura, condicionado a medidas cautelares, as quais a defesa tenta reverter.
Atualmente, a biomédica responde criminalmente pela deformação da boca do modelo de Belo Horizonte e agora aguarda o julgamento pelo homicídio de Íris Martins.
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