PF investiga acidente de avião com carro no Galeão, e apura se torre de controle foi comunicada sobre manutenção na pista


Dois funcionários de empresa particular estavam do lado de fora do veículo quando houve a colisão com a aeronave. Peritos da Polícia Federal fizeram análise do avião, da pista e do carro na tarde desta quarta (12). Avião da Gol estava a 200 km/h quando bateu em carro na pista do Galeão
A Polícia Federal abriu um procedimento para apurar o acidente entre um avião da Gol e um carro, na noite de terça-feira (11).
A colisão aconteceu quando o avião decolava da pista 10 do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A aeronave da Gol, um Boeing 737 Max 8, matrícula PS-GPP, tinha Fortaleza como destino.
A investigação da PF será paralela e independente da apuração realizada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Na tarde desta quarta (12), uma perícia foi realizada no avião, no carro da empresa Predial e no local da pista onde ocorreu a colisão.
No momento da batida, os dois funcionários da empresa estavam do lado de fora do veículo. A cabine foi completamente destruída, como mostram imagens do carro (veja abaixo).
O g1 apurou que eles faziam a manutenção de iluminação de balizamento da pista. A dupla não se feriu. Eles foram liberados do trabalho nesta quarta-feira e será agendado o dia para prestarem depoimento à Polícia Federal. O mesmo acontecerá com o piloto da aeronave.
Carro atingido por avião no Galeão na terça-feira (11) ficou destruído
Reprodução
Comunicação
A PF apura se o veículo estava parado entre as luzes ou fora da demarcação quando foi atingido pelo avião.
As investigações tentam descobrir se a torre de controle estava ou não ciente de comunicações prévias de que o veículo estaria na pista do Aeroporto do Galeão.
O g1 apurou ainda que a empresa Predial afirmou ter informado à torre de controle que seus funcionários faziam a manutenção da pista na noite de terça-feira.
A concessionária do aeroporto não explicou por que a picape estava no meio da pista após uma decolagem autorizada, nem esclareceu se havia alguém ao volante na hora da batida. O RIOgaleão apenas informou que “houve um incidente sem vítimas”.
O Boeing 737 Max 8 foi levado para o pátio de manutenção da United Airlines, uma área afastada dos terminais de passageiros, das vias de taxiamento e das pistas de decolagem e pouso.
Avião da GOL colidiu com carro quando ia decolar no Galeão
O acidente
Por volta das 22h, a torre autorizou a decolagem do avião rumo a Fortaleza. O piloto estava prestes a tirar a aeronave do chão quando todos a bordo sentiram um solavanco. Um carro da RIOgaleão estava no meio do caminho, e o Boeing “o atropelou”.
A concessionária confirmou a batida e informou que ninguém se feriu. A operação do terminal também não foi afetada.
A Gol disse que um voo extra para Fortaleza foi disponibilizado para quem optou por seguir viagem. “Aqueles que decidiram permanecer no Rio de Janeiro receberam toda assistência para acomodação, transporte e alimentação
De acordo com o procurador de Justiça Átila de Oliveira, que mora no Ceará e estava na aeronave, o acidente aconteceu quando o avião estava em alta velocidade.
“Pela minha percepção, estava bem próximo de decolar. Foi quando a gente sentiu um solavanco e um barulho. O piloto iniciou a frenagem, e ficou aquela apreensão para ver se ia dar tempo de frear até o fim da pista. Graças a Deus estamos vivos para contar a história”, afirmou.
Avião colide com veículo no momento da decolagem no aeroporto do Galeão, no RJ
Diálogo com a torre
O g1 teve acesso ao diálogo entre o piloto e a torre de comando do Galeão logo após o acidente. “Gol 1674 abortou decolagem… tinha um carro no meio da pista”, disse o comandante do Boeing 737 Max 8.
“Trombamos num carro do meio da pista”, continuou o piloto. A controladora de tráfego aéreo pergunta se foi mesmo na pista, e o tripulante confirma: “No eixo da pista!”
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