Ex-policial é condenado a 20 anos por matar tesoureiro do PT

Marcelo Arruda (E) e Jorge Guaranho (D)Reprodução/redes sociais

Nesta quinta-feira (13), o ex-policial penal Jorge Guaranho foi condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda. O crime ocorreu em julho de 2022, durante a festa de aniversário da vítima, que tinha como tema o PT e o presidente Lula. A pena será cumprida inicialmente em regime fechado.

O julgamento aconteceu no Tribunal do Júri de Curitiba e foi presidido pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler. Na sentença, a magistrada destacou que Guaranho cometeu o crime por motivação política e utilizou uma arma da União. A condenação foi por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por ter colocado outras pessoas em risco.

Marcelo Arruda fez aniversário com tema ligado ao presidente LulaReprodução

O assassinato de Marcelo Arruda resultou na criação do Dia Estadual de Luta contra a Intolerância Política e de Promoção da Tolerância Democrática, instituído no Paraná em referência ao caso. Para a juíza, o episódio evidenciou a necessidade de medidas contra a violência política.

Durante o júri, nove testemunhas foram ouvidas, incluindo amigos da vítima, peritos e pessoas que estavam na festa no momento do crime. Guaranho também prestou depoimento, apresentando sua versão pela primeira vez. A defesa argumentou que ele agiu em legítima defesa e negou motivação política, mas os jurados não acataram essa tese.

Segundo as investigações, o então policial penal foi até o evento e discutiu com os convidados. Cerca de 10 minutos depois, ele retornou armado e disparou contra Arruda, que revidou com sua própria arma, já que era guarda municipal. A vítima foi socorrida, mas morreu no hospital, deixando quatro filhos, um deles com apenas 40 dias na época do crime.

Após ser agredido por convidados da festa, Guaranho ficou internado e, depois de receber alta, foi levado para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, onde permaneceu preso até setembro de 2024. Desde então, cumpria prisão domiciliar. Com a condenação, a Justiça determinou sua detenção imediata.

A defesa ainda pode recorrer da decisão.

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