Inflação argentina fica em 2,2% em janeiro e cai para 84,5% em 12 meses

A Argentina passa por um grande ajuste econômico sob o comando do presidente ultraliberal Javier Milei. A inflação da Argentina ficou em 2,2% em janeiro, apontou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) divulgado nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos do país (Indec). Foi a menor taxa mensal desde meados de 2020.
Em relação a dezembro, quando a inflação ficou em 2,7%, a diferença é de 0,5 ponto percentual (p.p.) — o que mostra uma nova desaceleração na taxa. O indicador também ficou ligeiramente abaixo das previsões dos analistas, de 2,3%.
O aumento dos preços chegou a 84,5% na janela de 12 meses. O acumulado é menor do que o mês de dezembro, quando era de 117,8%.
A Argentina passa por um grande ajuste econômico sob o comando do presidente ultraliberal Javier Milei. O país já vinha enfrentando uma forte recessão econômica, e Milei promoveu um amplo corte de gastos públicos.
Após tomar posse, em dezembro de 2023, Milei decidiu paralisar obras federais e interromper o repasse de dinheiro para os estados. Foram retirados subsídios às tarifas de água, gás, luz, transporte público e serviços essenciais.
Quando o incentivo foi retirado, houve um aumento expressivo nos preços ao consumidor. Por outro lado, o presidente conseguiu uma sequência de superávits (arrecadação maior do que gastos) e retomada da confiança dos investidores.
Milei busca manter o ímpeto positivo na economia em meio a negociações sobre um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a quem a Argentina deve mais de US$ 44 bilhões.
A Argentina, um grande exportador de grãos e emergente produtor de energia, tem lutado contra uma inflação de três dígitos nos últimos anos, o que deu ao país sul-americano a duvidosa coroa de ter a maior taxa de inflação anual do mundo.
Reduzir a inflação é fundamental para o governo de Milei, que deseja eliminar os controles de capital que prejudicam os negócios e os investimentos. Ele quer que a inflação permaneça abaixo de 2% para permitir o fim dos controles, embora os analistas permaneçam cautelosos sobre quando isso pode acontecer.
“Esperamos que a inflação permaneça em linha ou ligeiramente acima do que foi registrado em janeiro”, disse a consultoria econômica argentina Eco Go. “No entanto, a tendência de queda continuará ao longo do ano, possivelmente quebrando a barreira de 2% na segunda metade do ano.”
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