Desenrola Rural: governo anuncia plano de renegociação de dívidas de agricultores


A adesão ao programa pode ser feita a partir do dia 24 de fevereiro. Basta procurar a instituição financeira. Os acordos variam conforme o valor em atraso. Desenrola Rural: governo anuncia plano de renegociação de dívidas de agricultores
Reprodução/TV Globo
O governo federal lançou nesta sexta-feira (14) um programa para regularizar dívidas de mais de 1 milhão de agricultores familiares.
Hoje, de cada três agricultores familiares, um tem dívida atrasada há mais de um ano. Pelo menos 1 milhão de inadimplentes. Sérgio Saito tem uma chácara de hortaliças que abastece mercadinhos em Brasília. Sem crédito, fica difícil ampliar ou até manter a produção.
“Com certeza, porque aí eu já teria uma outra chácara e com a outra chácara dobrava ou triplicava a quantidade de mercadoria”, conta ele.
Muitos agricultores familiares vêm se endividando nos últimos dez anos, seja por causa da pandemia da Covid, das oscilações de mercado ou de eventos climáticos extremos. Isso tem impedido o acesso ao crédito rural. A ideia do Desenrola é exatamente permitir novos financiamentos para que invistam na produção de mais alimentos e, assim, contribuam para a queda nos preços.
Podem aderir ao programa: agricultores familiares, assentados da reforma agrária, cooperativas, pescadores, quilombolas e indígenas, com renda anual de até R$ 500 mil e que estão no Pronaf.
“O nome fica limpo na retirada dos agricultores da chamada prisão perpétua. Não há custo para o Tesouro, por isso não há nenhum impacto fiscal. Ele pega o pequeno, mas pega também um agricultor mais estruturado, classe média rural e é para ela também que essa medida está sendo desenhada”, afirma Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a dívida dos agricultores com restrições financeiras soma quase R$ 20 bilhões. Individualmente, a grande maioria tem dívida de até R$ 10 mil.
A adesão ao Desenrola Rural pode ser feita a partir do dia 24 de fevereiro. Basta procurar a instituição financeira. Os acordos variam conforme o valor em atraso. Os maiores descontos são para os assentados da reforma agrária e quilombolas, com dívidas em financiamentos de instalações. Os descontos podem chegar a 96%. Agricultores na dívida ativa da União há mais de um ano e no valor de até R$ 91 mil podem parcelar o pagamento em até 60 meses.
LEIA TAMBÉM
Desenrola Rural: governo lança programa de negociação de dívidas para pequenos produtores rurais
Bookmark the permalink.