Lhama com água gelada e porca no ventilador: tutores citam cuidados com ‘pets exóticos’ durante calor extremo


Termômetros registraram a sensação térmica de 50°C na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, nos últimos dias. Veterinário deu dicas sobre cuidados especiais com os pets durante as ondas de calor. Lhama e porca: tutores contam os cuidados com ‘pets exóticos’ por causa de calor extremo no litoral de SP
Luís Abrão e Rosângela Lara
Uma lhama chamada Giovanni bebendo água gelada na garrafa e a porca Lilica aproveitando o frescor do ventilador. Embora ‘incomuns’, os dois pets ganharam cuidados especiais dos tutores durante o período de altas temperaturas na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, onde os termômetros registraram a sensação térmica de 50ºC, digna de regiões desérticas.
Ao g1, o veterinário Eduardo Filetti destacou a importância dos cuidados com os animais, sejam eles comuns ou incomuns, durante as ondas de calor (veja abaixo).
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Segundo a tutora de ‘Lilica’, animal comprado como se fosse um mini porco e que ultrapassou os 300 kg, a onda de calor fez com que a quantidade de banhos do pet aumentasse de duas para até cinco vezes por dia.
“Ela fica debaixo do ventilador, fica mais tempo dormindo, só levanta mesmo umas 2, 3 vezes por causa do calor”, disse Rosângela de Lara.
A moradora de Peruíbe (SP) acrescentou que o animal também passou a comer menos durante o período de calor excessivo. “Ela mesma sabe pedir [banho] quando está com calor. A gente tem várias caixas com água e ela começa a tentar se molhar. Aí ligo a mangueira e molho [a porca]”.
Porca Lilica se refresca com ventilador de mesa e de teto durante a onda de calor na Baixada Santista
Rosângela Lara
Responsável pela lhama domesticada chamda Giovanni, que roubou a cena na orla de Bertioga (SP), Luis Abrão disse que troca a água várias vezes ao dia e coloca uma garrafa com gelo para manter o animal ‘fresco’. Ele ressaltou que, apesar do cuidado especial, a espécie não demanda muitas mudanças no trato diante do clima.
“Ele continua comendo as mesmas coisas, se alimenta de frutas, legumes, arbustos, capins e pastagens. A água a gente deixa à vontade”, disse o empresário. Segundo ele, a Lhama tem um local com sombra e ar fresco para descansar.
De acordo com o tutor, as lhamas são animais acostumados tanto com o calor quanto com o frio extremo. “Eles não sentem muito esse calor que a gente sente”. Giovanni toma banho a cada 15 dias, ainda segundo o empresário.
Lhama Giovanni não sofre mudanças no comportamento por causa do calor, mas tutor deixa garrafa de gelo para manter água fresca
Luís Abrão
Cuidados com os pets 🦙🐷🐱🐶
O veterinário Eduardo Filetti afirmou que tanto porcos quanto lhamas são animais bastante resistentes ao calor em comparação aos cachorros, por exemplo.
O profissional explicou que, além dos ‘tradicionais’ cães e gatos, é comum moradores da região terem em casa animais como ferret [furão], galo de campina, papagaios, araras e jabutis. De acordo com o veterinário, a orientação é não deixá-los no sol das 9h às 17h30.
Além disso, é importante deixar água fresca à disposição, além de oferecer alimentação leve. No caso de gatos e cachorros, as rações úmidas são uma boa opção. O veterinário também orientou que os tutores coloquem pedras de gelo na água ou ofereçam a bebida gelada aos pets.
“Se a pessoa tiver climatização em casa sempre é bom, principalmente para raças mais sensíveis, por exemplo, maltês, Yorkshire, bulldog e pug”, comentou Filetti. Ele acrescentou que o ventilador também é uma opção para oferecer conforto aos animais.
Confira mais dicas:
Evitar dietas fora do normal;
Levar o animal para vacinar e vermifugar;
Tosar animais com muitos pelos;
Fazer check-up, principalmente do coração;
Manter a higiene.
Por fim, Filetti ressaltou que o picolé de fruta não é uma boa opção aos animais, uma vez que é doce. “Não é ideal porque pode dar um distúrbio gastrointestinal”.
Sol de rachar 🌞
Baixada Santista enfrenta onda de calor com sensação térmica de 50°C
Barbara Bueno / Arquivo Pessoal
Com um sol de rachar e uma sensação térmica de 50°C digna de regiões desérticas, os moradores da Baixada Santista têm sofrido com uma onda de calor e altas temperaturas. Na manhã da última segunda-feira (17), a combinação de dois fenômenos foi determinante para que os termômetros registrassem 41,4ºC à sombra.
O especialista em Climatologia e Agrometeorologia do Canal Geoastrodicas, Rodolfo Bonafim, explicou sobre essa soma de fatores. Segundo ele, além da massa de ar quente de alta pressão no Oceano Atlântico, o vento de noroeste, que sopra do interior da América do Sul para cá, da região da Amazônia e Bolívia.
Esse encontro de fenômenos é chamado de “aquecimento pré-frontal”, que ocorre antes da chegada de uma frente fria. Bonafim explicou que esse vento Noroeste é atraído por uma área de baixa pressão, que está no Sul do Brasil e acompanha uma corrente de ar frio.
O especialista explicou que a sensação térmica é influenciada pela temperatura real do ar e pela umidade relativa. No caso da Baixada Santista, a temperatura real chegou a 41,4ºC à sombra, mas a combinação com a alta umidade fez com que a sensação térmica fosse de 50ºC, ou seja, o calor sentido pelas pessoas é muito mais intenso do que a temperatura medida pelo termômetro.
“Quanto mais alta a temperatura e mais alta a umidade, maior a sensação térmica”, disse Bonafim.
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