Justiça aceita denúncia contra dupla acusada de matar adolescente a tiros em Rio Branco


Crime ocorreu no último dia 21 de maio no bairro Belo Jardim. Denúncia foi aceita pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Justiça aceita denúncia contra dupla acusada de matar adolescente com tiro na cabeça em Rio Branco
Reprodução
Dois homens foram denunciados pela morte do estudante Jorge Luis Sousa Lino, de 15 anos. O adolescente foi assassinado a tiros no último dia 21 de maio na Travessa do Pescador, bairro Belo Jardim, na região do 2º Distrito de Rio Branco. A mãe dele, de 40 anos, também foi ferida na ação dos criminosos.
A denúncia contra Antônio Eules de Souza Gama Borges e Patrick Lima Oliveira foi aceita pelo juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar, que deu um prazo de 10 dias para eles responderem às acusações. O g1 não conseguiu contato com as defesas dos acusados.
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A dupla foi presa após o crime por policiais militares em um carro que tinha sido roubado no dia 16 de maio. Com eles, a polícia encontrou ainda duas armas de fogo, sendo uma pistola e um revólver, além de munições. Eles seguem no Complexo Penitenciário de Rio Branco.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) denunciou os dois pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio, qualificado por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa das vítimas, crime de receptação, porte ilegal de arma de fogo e por integrar organização criminosa. A motivação foi guerra de facções criminosas.
Após a prisão, segundo a polícia, os dois disseram que deveriam matar alguém “aleatoriamente” a mando de uma facção.
Jorge Luis Sousa Lino, de 15 anos, foi morto a tiros
Arquivo pessoal
Mãe cara a cara com assassino
A mãe do adolescente, que também foi ferida na ação, disse em depoimento que saiu de casa por volta das 9h do 21 de maio para ir até a casa do pai acompanhada do filho de 15 anos, Jorge Luis. No caminho, ela encontrou seu outro filho de 23 anos, que entregou uma sacola de pão para o irmão. Logo em seguida, a mulher, que não terá o nome revelado, contou que chegou um carro branco com dois homens armados.
“Começaram a correr atrás do filho mais velho dela e do amigo dele que estava junto. Mas, os dois conseguiram fugir e então o bandido voltou e atirou contra Jorge Luis, que caiu no chão”, disse.
A mulher correu para ajudar o filho que estava baleado e mais uma vez o suspeito voltou e atirou na nuca do adolescente. “Deu um tiro na nuca para ter certeza que seu filho estava morto. Ela abaixou para abraçar seu filho, momento em que o assassino apontou a arma para a mulher e atirou nela”, consta no depoimento.
A vítima contou ainda que demorou a perceber que estava ferida nas costas. “Ela não faz ideia do motivo para que alguém quisesse matar o seu filho, pois ele não era envolvido com crime e frequentava a igreja. Ela pôde ver bem quem eram os bandidos, pois olhos nos olhos deles quando mataram seu filho e viu quando ele apontou a arma para ela.”
O que dizem os acusados
Antônio Eules de Souza Gama Borges – 21 anos
O acusado é natural de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, confessou o crime após a prisão. Em depoimento, ele disse que no dia anterior ao crime, 21 de maio, foi procurado por membros de uma determinada facção criminosa para que dirigisse o carro para um crime que seria cometido no bairro Belo Jardim. Borges deixa claro ainda que não havia um alvo específico, mas que deveriam passar pelo bairro Belo Jardim atirando e para matar alguém que “parecesse ser de uma facção rival”.
O acusado foi até o bairro Panorama, onde buscou o veículo usado no crime, em seguida foi buscar o comparsa. “O interrogado estava com um revolver calibre 38, com duas munições, e Patrick estava com uma pistola 9 mm. Que então estavam transitando pelo Belo Jardim quando viram um grupo de rapazes e decidiram atacá-los. Que então pararam o carro e o Patrick desceu com a arma na mão e começou a atirar. O interrogado alega que deu um disparo de dentro do carro apenas para o alto”, disse no depoimento.
Borges disse ainda que não viu o nomento que o comparsa matou o adolescente. “Que o alvo seria o rapaz maior do grupo, mas ele conseguiu fugir. Então Patrick voltou e atirou no menor, mas achava que ele havia ido pegar o chinelo.”
Para a polícia, eles disseram que deveriam matar alguém “aleatoriamente” a mando de uma facção ao crime e foi “contratado” apenas para dirigir. O acusado já tem passagem por receptação e quando menor respondeu por ato infracional equivalente ao crime de furto.
Patrick Lima Oliveira – 20 anos
Apontado pelo comparsa como o executor, o suspeito preferiu ficar em silêncio e não deu sua versão na delegacia.
VÍDEOS: g1

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