Chuvas destruíram 1,5 mil hectares de bananais em Guaratuba, avalia Deral


Cidade é a maior produtora da fruta no Paraná. Além dos estragos nas plantações, tempestades deixaram dois mortos e vários desabrigados. ID: 13361644
As chuvas intensas que atingiram o litoral do Paraná no início de fevereiro destruíram pelo menos 1,5 mil hectares de bananais e afetaram ao menos 230 agricultores em Guaratuba, conforme uma estimativa da Secretaria da Pesca e da Agricultura do município.
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Conforme o órgão, os bananais foram impactados pelas chuvas, de forma direta ou indireta na cidade, que é a maior produtora da fruta no Paraná. As principais variedades produzidas no município são a caturra – também conhecida como nanica – e a prata.
De acordo com a secretaria, cerca de 80 hectares sofreram perda total. As áreas mais impactadas ficam nas regiões de Cubatão e Limeira.
Além dos estragos nas plantações, tempestades deixaram dois mortos e vários desabrigados.
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Ao menos dois anos para recuperação
O agricultor Flávio Miranda Corrêa, que cultiva bananas há cerca de 25 anos às margens do Rio Cubatão, foi um dos afetados e teve grandes estragos com o grande volume de água.
Na propriedade dele, o rio invadiu uma área de bananeiras mais jovens e parte dos pés que estavam prontos para colheita foram derrubados com a força da água. Corrêa estima que, para que a área afetada volte a produzir como antes, serão necessários, pelo menos, dois anos.
“É um impacto muito grande, infelizmente é uma área que eu vou ter que fazer toda a recompactação, uma renovação de solo, um preparo de solo, pra depois entrar com plantio. Em áreas mais baixas, de alto poder produtivo, que o solo é fértil, ela chegou a alagar os cachos, molhou até a copa da folha. Ali, teve uma perda de praticamente 100%, porque vamos ter que retirar essa banana da planta, pra renovar o filhote da banana, o broto, para dar continuidade para o próximo ano,” diz o agricultor.
Chuva causa estragos em plantações de banana em Guaratuba.
Caminhos do Campo/RPC
Conforme Dagoberto da Silva, engenheiro agrônomo e secretário da Pesca e da Agricultura de Guaratuba, a estimativa é um impacto de R$ 30 milhões para a recuperação dos estragos causados pela chuva.
“Estimamos que tenha um impacto de R$ 30 milhões desses 1,5 mil hectares, com a perda de recuperação de solo, todas essas coisas. A perda direta é estimada em torno de R$ 7,5 milhões de prejuízo direto do agricultor. Perda direta, não tem o que fazer, que tem que reiniciar o plantio,” diz.
Nas plantações onde as bananeiras ainda estão de pé, o excesso de água causou estragos ao solo. Foi o caso da propriedade do agricultur Márcio Scholz, que também fica em Cubatão.
“Em algumas áreas, uns 50% da lavoura, ela chegou a colocar uns 50 cm de água dentro da lavoura. Onde a água passa com muita força, ela varre, ela tira tudo que tem de matéria orgânica em cima da terra, o adubo, ela acaba lavando, levando embora. E onde fica água muito tempo em cima da lavoura, ela acaba prejudicando. Por exemplo, no sábado deu a enchente, e no domingo já saiu um sol muito forte, isso ela dá uma queimada de raiz,” segundo Scholz.
Com menos nutrientes no solo, a qualidade do fruto fica comprometida.
“Essa lama que vem junto com as enchentes cria um efeito ‘tampão’ no solo. Quando vemos uma parte vegetativa da planta, ela aparentemente está bonita, mas isso com a lavou o solo, vai interferir diretamente na produtividade dos cachos. Vai diminuir cacho, a engorda, no caso da banana, vai ser inferior,” explica Dagoberto da Silva.
A longo prazo, a estimativa da secretaria é que, o ciclo de trabalho de recuperação de solo, que inclui investimento de adubo, matéria orgânica e preparação do solo para que plantas jovens voltem a dar produtividade, leve cerca de um ano a um ano e meio para voltar a produzir.
Chuvas destruíram 1,5 mil hectares de bananais em Guaratuba, avalia Deral.
Caminhos do Campo/RPC
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