Em ‘Sing Sing’, filme indicado ao Oscar, todos os envolvidos no set receberam o mesmo salário diário; entenda


Filme adotou modelo de pagamento pioneiro em Hollywood, em que todos trabalharam pelo mesmo valor. Clarence (Clarence “Divine Eye” Maclin) e Divine (Colman Domingo) aprendem lição de vida em ‘Sing Sing’
Divulgação
O filme “Sing Sing”, indicado a três categorias no Oscar, adotou um modelo de pagamento pioneiro em Hollywood. Desde os assistentes de produção até os atores principais, todos receberam o mesmo salário diário, além de participação nos lucros do filme.
“Construímos um modelo em paridade. Todos no nosso filme, o elenco principal e a equipe — da estrela do filme até [o grupo de pós-produção] — todos nós trabalhamos pelo mesmo valor. E todos nós, coletivamente, somos donos do filme também”, disse o diretor Greg Kwedar em entrevista à rádio KCRW.
Kwedar e Clint Bentley, que produziram e dirigiram o filme, se inspiraram no modelo já aplicado com o filme independente “Jockey”, de 2021. Desta vez, em “Sing Sing”, a produção foi maior e eles tiveram o desafio de tentar manter a equidade. Então, o valor pago foi baseado em uma estimativa do SAG-AFTRA (sindicato que representa atores e profissionais midiáticos), que sugere um salário de acordo com o orçamento de produção.
Em entrevista ao portal PopViewers, Colman Domingo, que estrelou o filme, destacou a importância desse modelo para promover a equidade tanto na frente quanto atrás das câmeras.
“Eu acho que esse modelo funciona para tudo? Provavelmente não. Não acho que funcione para algumas coisas de grande orçamento, mas há alguns elementos disso que podem funcionar.”
“Acho que é sobre garantir que todos se sintam valorizados. Este é um projeto muito baseado na comunidade, onde todos deram até mesmo suas próprias histórias pessoais. Sinto que isso tem valor. Todos desfrutam de equidade nisso. Isso significa todos, de cima a baixo, que se esforçaram.”
“Sing Sing” conta a história de um grupo de homens em uma prisão, que participam do programa de Reabilitação Através das Artes. O filme inclui um elenco composto principalmente por ex-detentos, que são ex-alunos do programa na vida real.
Segundo o Hollywood Reporter, além de promover a equidade salarial, Kwedar e Bentley estão lançando uma nova empresa, Ethos, com o objetivo de ajudar outros cineastas independentes a implementar esse modelo em suas produções.
“Já fizemos esse modelo financeiro antes em projetos menores, mas será que ele poderia funcionar com uma equipe de 50 pessoas, elenco de 25 membros e um patrocinador institucional? A resposta é sim. Temos mais de 80 participantes lucrativos em nossa parte do negócio. Isso é todo o nosso elenco e equipe. Em uma história como essa, que fala de homens que estavam encarcerados e foram aproveitados pelos sistemas, eles têm propriedade literal sobre sua própria história”, disse Kwedar à Variety.
Assista ao trailer do filme “Sing Sing”
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