Prefeito de Nova York anuncia fechamento de centro de gestão criado durante crise migratória

Dezenas de migrantes, a maioria africanos, fazem fila do lado de fora da Escola St. Brigid para solicitar uma cama, na cidade de Nova York, em 7 de dezembro de 2023.CHARLY TRIBALLEAU

Charly TRIBALLEAU

Diante da queda nos pedidos de asilo devido à política antimigratória de Donald Trump, o prefeito de Nova York, Eric Adams, anunciou nesta segunda-feira (24) o fechamento do centro de acolhimento instalado no Hotel Roosevelt, que gerenciou a chegada de mais de 173 mil migrantes em menos de dois anos.

O centro, localizado em Manhattan, foi inaugurado em maio de 2023 para lidar com cerca de 4 mil pedidos semanais de asilo de pessoas de todo o mundo, especialmente da América Latina e, mais especificamente, da Venezuela. No entanto, o fluxo caiu para aproximadamente 350 por semana, segundo a prefeitura.

Desde a primavera de 2022, quando a crise migratória se intensificou em Nova York devido ao envio de migrantes em ônibus vindos de estados do sul governados por republicanos – especialmente do Texas – em protesto contra a política de acolhimento da então administração democrata de Joe Biden, a cidade atendeu cerca de 232 mil imigrantes, de acordo com as autoridades.

Desse total, o centro do Hotel Roosevelt processou o registro de 173 mil pessoas, auxiliando-as a encontrar abrigo em diversos centros – como albergues, hotéis e acampamentos –, além de fornecer assistência jurídica e atendimento médico. Houve momentos em que os solicitantes de asilo dormiram nas ruas enquanto aguardavam atendimento.

No futuro, essas funções de admissão e serviços de apoio serão incorporadas a outras áreas do sistema da cidade, que é obrigada por lei a fornecer abrigo para quem precisa.

“Embora ainda não tenhamos terminado de atender aqueles que chegam sob nossos cuidados, hoje representa outro marco que demonstra o imenso progresso que fizemos para transformar um esforço humanitário internacional sem precedentes”, declarou Adams.

Durante o auge da crise, o prefeito – agora acusado de colaborar com a política antimigratória de Trump em troca do arquivamento de seus problemas legais relacionados à corrupção – chegou a afirmar que a imigração, que moldou a fisionomia e a economia da maior cidade dos Estados Unidos por mais de um século, ameaçava “destruí-la”.

Com menos de 45 mil migrantes atualmente alojados nos abrigos da cidade – em comparação com os 69 mil registrados há pouco mais de um ano –, a prefeitura também planeja fechar 53 abrigos até junho.

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