Mãe de sargento morto ao salvar adolescente no rio presta última homenagem: ‘Hoje ele é um herói’


Alexsandro Macedo da Silva tinha 44 anos e entrou no rio para salvar menina de 17 anos. Corpo é velado nesta sexta-feira (28). Onilda Maria da Silva, de 75 anos, prestou última homenagem ao filho, sargento que morreu ao salvar adolescente
Caíque Rodrigues/g1 RR
“Meu filho era perfeito. Sempre foi guerreiro e querido por todos e fazia amizade com todo mundo”, disse a aposentada Onilda Maria da Silva, de 75 anos. Ela era mãe do sargento da Polícia Militar (PM), Alexsandro Macedo da Silva, de 44 anos, morto ao salvar uma adolescente de 17 anos no Rio Branco, em Boa Vista, e nesta sexta-feira (28) prestou as últimas homenagens ao filho.
“Hoje ele é um herói. Todos os amigos dele, o governo, a lei… todos dizem que ele é um herói porque salvou vidas antes de partir”, disse Onilda emocionada ao g1.
A aposentada acompanha com a família o velório do filho em uma igreja evangélica no bairro Cauamé, zona Norte de Boa Vista. Sargento Macedo, como era chamado na corporação, desapareceu nas águas do rio Branco nessa quarta-feira (26), após salvar uma menina de 17 anos que havia se jogado no rio.
“Era um guerreiro, amava o trabalho dele e amava todo mundo. Que Deus esteja com ele. Nós todos o amamos muito. Fez como Jesus: veio, salvou e foi embora”.
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A mãe se emocionou ao relembrar que o sonho do filho sempre foi ser policial: “sempre foi guerreiro. Desde novinho, era estudioso e batalhador.
“Eu dizia para ele ‘meu filho, não vá para a polícia porque é muito perigoso. Não quero perder você, mamãe ama você’. Mas ele respondia ‘mamãe, não vai acontecer isso. Eu quero ir. Quando tiver um concurso, eu vou fazer e vou passar'”.
“Meu filhinho se foi, mas foi com Deus. Não estou alegre, porque queria ele comigo, mas Deus sabe o que faz”, disse a mãe ao g1.
Velório do sargente Alexsandro Macedo, morto ao salvar adolescente no rio Branco
Caíque Rodrigues/g1 RR
Alexsandro deixou esposa, um bebê de um mês, e outros cinco filhos. Atuava desde janeiro de 2003 na Polícia Militar e tinha “comportamento excepcional”, segundo o comandante-geral da Polícia Militar de Roraima coronel Miramilton Goiano de Souza. No momento da ocorrência, ele era o mais velho dentro da viatura.
“O sargento desequipou, tirou o colete, o cinto, o coturno e pulou na água para salvar a adolescente. Ele conseguiu tirar a adolescente, mas ele acabou cansando. Tinha preparo físico suficiente, ele era um atleta, treinava natação também, isso deve ter encorajado ele a salvar a adolescente”.
O governo de Roraima decretou nesta sexta-feira (28) luto oficial de três dias pelo sargento. Durante os três dias, a bandeira nacional e outros pavilhões serão hasteados a meio mastro nas unidades do poder executivo estadual.
“Nós estamos diante de um fato heroico de um policial militar”, disse o comandante-geral da PM.
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Segundo a PM, ao perceber que a adolescente tinha se jogado no rio, o sargento seguiu pelas margens e conseguiu alcançá-la. Em seguida, a conduziu em segurança até próximo às margens do rio. No entanto, durante o resgate, o militar foi arrastado pela correnteza em direção à balsa que faz dragagem de areia.
O policial foi visto pela última vez próximo a uma balsa. As buscas do Corpo de Bombeiros duraram mais de 20 horas. Além disso, a corporação contou com apoio de drones termais e a PM usou o equipamento Sonar, que faz o mapeamento no fundo do rio.
O pai dela também estava no local, chegou a entrar no rio para resgatar a filha, mas conseguiu sair com ela. Ambos foram levados para atendimento no hospital.
Alexsandro Macedo da Silva tinha 44 anos e morreu após salvar adolescente
PM/Divulgação
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