Setor de bares e restaurantes bate recorde salarial pelo terceiro trimestre seguido

Os salários no setor de bares e restaurantes atingiram um novo recorde no terceiro trimestre consecutivo, conforme apontam os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (27) pelo IBGE. A média salarial chegou a R$ 2.194, refletindo os esforços do segmento para atrair e reter profissionais qualificados.

Apesar da valorização salarial, o nível de emprego no setor segue estável, com 5,63 milhões de trabalhadores ocupados. O levantamento inclui a categoria Alojamento e Alimentação, na qual os estabelecimentos de alimentação representam aproximadamente 85% das vagas.

A falta de mão de obra qualificada tem sido um dos principais fatores para a elevação dos salários, segundo Paulo Solmucci, presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

“A mão de obra qualificada é essencial para a sustentação do crescimento do setor, mas a maioria dos estabelecimentos enfrenta desafios para preencher vagas. Com isso, os empresários têm investido em salários mais competitivos e benefícios adicionais para reter funcionários, mesmo diante de dificuldades financeiras”, destaca Solmucci.

O aumento na remuneração acontece em um momento delicado para o setor. Um levantamento da Abrasel, realizado em fevereiro, revelou que 25% das empresas operaram no vermelho em janeiro, um crescimento de 7 pontos percentuais em comparação ao mês anterior. Outros 38% dos negócios relataram estabilidade financeira, enquanto 36% registraram lucro. Além disso, 40% das empresas ainda lidam com dívidas em atraso.

Mesmo diante dos desafios financeiros, a expectativa para os próximos meses é de manutenção do quadro de funcionários. O levantamento da Abrasel indica que 65% das empresas planejam manter o número atual de trabalhadores até o meio do ano, enquanto 19% preveem contratações e 16% consideram cortes.

“O esforço dos empresários para equilibrar as contas sem comprometer a equipe tem sido enorme. O setor sabe que precisa valorizar os profissionais para garantir a qualidade do serviço e, ao mesmo tempo, lida com margens apertadas”, conclui Solmucci.

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