Oscar de 2025: entenda porque Mickey Madison desbancou Fernanda Torres e Demi Moore


Segundo previsões da maioria dos veículos especializados de Hollywood, a favorita era Demi Moore. O que pesava a favor dela era a vitória como Melhor Atriz no SAG (sindicato dos atores). Desde 1994, a vencedora do SAG só não levou o Oscar em sete ocasiões. Como Mikey Madison desbancou Torres e Moore?
A atriz de 25 anos, Mickey Madison, ganhou o prêmio de melhor atriz no Oscar® de 2025. O anúncio repercutiu nas redes sociais, pois havia uma grande expectativa de que a disputa seria entre Fernanda Torres, por “Ainda Estou Aqui”, e Demi Moore, por “A substância”.
Segundo previsões da maioria dos veículos especializados de Hollywood, a favorita era Demi Moore. O que pesava a favor dela era a vitória como Melhor Atriz no SAG (sindicato dos atores). Desde 1994, a vencedora do SAG só não levou o Oscar em sete ocasiões.
Porém, o crítico de cinema Waldemar Dalenogare afirmou à Globonews (veja vídeo acima) que a academia amou Anora, tanto que o longa concorreu a seis categorias e ganhou em cinco delas:
Melhor Filme;
Melhor Atriz;
Melhor direção;
Melhor montagem;
Melhor Roteirista; e
Ator coadjuvante (perdeu para Kieran Culkin, em “A verdadeira dor”).
Dalenogare disse também que era difícil Fernanda ganhar a estatueta porque no que diz respeito a valorização de uma atriz de um filme de língua não-inglesa “a academia está se abrindo, em um processo de internacionalização, mas [ainda] existe um problema de identificar uma boa atuação fora do eixo EUA-Reino Unido”.
Quanto a Demi Moore, o especialista afirmou que a escolha por Mickey também aponta mais uma vez que a academia rejeita filmes de terror – tanto que, na história da premiação, o longa foi o sétimo de horror/terror indicado a melhor filme na história.
Historicamente, os filmes de terror e horror são considerados “baratos”, com violência gratuita e recursos “de segunda”. Em uma matéria do veículo NPR, argumenta-se que a Academia prefere dramas sóbrios, “que tendem a ser baseados em pessoas reais e situações históricas reais”, sem espaço para produções mais estilísticas de qualquer natureza.
Para Fabiana Lima, crítica da Abraccine e do Critics Choice, essa “exclusão” não está limitada ao terror, mas qualquer filme considerado “de gênero”, ou seja, “que tem as características de gênero muito impregnadas em sua construção”.
“Filmes de comédia, de ação, de terror… esses são considerados filmes menos prestigiosos historicamente [para o Oscar]. A Academia sempre privilegiou filmes que, além de prestígio, tenham valor de produção, tenham a ver com histórias marcantes”.
De todo modo, Dalenogare declarou que Fernanda Torres fez uma campanha fantástica e história, muito pelo resultado pela valorização e repercussão de “Ainda estou aqui” no exterior. O filme chegou a ser exibido em mais de 700 salas em solo norte-americano – sendo este o maior circuito já ocupado por uma produção brasileira por lá, segundo o gshow.
Oscar® de melhor atriz vai pra Mikey Madison, por Anora
Mas como funciona a votação do Oscar?
No começo do ano, a Academia de Artes e Ciências cinematográficas anunciou que 323 filmes eram elegíveis, dentro de 23 categorias – sendo que 207 deles se encaixavam nos pré-requisitos para concorrer a “melhor filme”.
Para escolher os indicados, os mais de dez mil membros só podem votar nos filmes e profissionais nas áreas de atuação deles. Veja no vídeo abaixo alguns brasileiros que votam na academia.
O Brasil tem 52 eleitores na academia, entre eles: Fernanda Montenegro, Walter Salles e Sônia Braga.
Em janeiro, a Academia anunciou os indicados – sendo cinco para cada categoria e até dez para melhor filme do ano. Em seguida, todos os integrantes podem votar em quantas categorias quiserem. O voto é secreto, sendo encorajados a votar apenas nas categorias do filme que assistiram.
Na maioria das categorias, o vencedor é definido pelo maior número de votos. No entanto, para o prêmio de Melhor Filme do Ano, a votação segue um sistema de preferência, no qual os membros ranqueiam os filmes do primeiro ao décimo lugar — no caso de 2025.
Para vencer, um longa precisa obter pelo menos 50% dos votos na primeira posição. Se ninguém alcançar essa marca, entra em ação um sistema de eliminação – ou seja, esse processo se repete até que algum concorrente atinja o mínimo de 50%
Entenda como funciona a votação do Oscar
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