Mãe de mulher morta a pedrada e arrastada para poço em MS pede por justiça: ‘isso não se faz nem com animal’


Gisele Cristina Oliskowiski, de 40 anos, é a sexta mulher a ser morta neste ano em Mato Grosso do Sul. O marido da vítima, Jeferson Nunes Ramos, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Vítima foi morta com golpe na cabeça e deixa dois filhos.
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A mãe de Gisele Cristina Oliskowiski, morta pelo marido na noite de sábado (1º), no bairro Aero Rancho, em Campo Grande (MS), pediu por justiça ao falar sobre a morte da filha. Ao g1, a mulher de 60 anos, que preferiu não ser identificada, falou como está sendo difícil lidar com a perda da filha.
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“É uma coisa inexplicável […] Eu quero justiça, porque um homem desse fazer isso, isso não é homem, isso é um covarde. Uma pessoa tacar fogo, além de uma pedrada na cabeça e vários hematomas no corpo, ainda jogar ela dentro de uma fossa, ninguém merece isso”, disse à reportagem.
Ao g1, a idosa contou que a filha era viciada em cocaína e teria mudado para Campo Grande há quatro anos, quando decidiu não viver mais com o pai, em Santa Cataria.
“Ela entrou nesse mundo através de uma anorexia, ai começou a tomar remédio, depois da anorexia teve bulimia, ansiedade e começou a tomar Rivotril. Depois ofereceram cocaína.O pai dela tomava conta dela, ai ela largou o Rivotril pra entrar na cocaína. Ficou dependente e nunca mais parou”, contou.
A mãe disse que os irmãos de Gisele ainda moram no Sul do país e que não matinha um contato direto com a filha por medo, já que a mesma era agressiva devido ao uso constante de droga.
“Eu sendo uma mãe, por mais que eu não criei a vida inteira, ela é meu sangue. Ela era uma moça bonita. Isso não se faz nem com animal”, finalizou.
O suspeito foi passou por audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (3) e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.
Entenda o crime
A morte de Gisele é o 6º feminicídio registrado neste ano em Mato Grosso do Sul. Conforme o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada por testemunhas que presenciaram o crime. Quando os agentes chegaram ao local, encontraram o suspeito amarrado, para evitar que ele fugisse.
No quintal da residência estava o corpo da vítima, dentro de um poço, parcialmente carbonizado. O local foi isolado até a chegada da Polícia Civil e Perícia.
Os sobrinhos de Jeferson relataram que o tio estava discutindo com Gisele, quando ela desferiu os tapas. Neste momento, o homem pegou uma pedra e acertou a cabeça da vítima, que caiu no chão. Logo após, ele arrastou o corpo dela até o poço, onde ateou fogo.
Suspeito preso em flagrante passou por audiência de custódia
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Outros feminicídios
O primeiro feminicídio do ano aconteceu no dia 1º de fevereiro, em Caarapó, quando o ex-companheiro de Karin Corin, de 29 anos, atirou contra a jovem. Ele também matou a amiga de Karina, Aline Rodrigues, de 32 anos, que estava na loja onde as duas foram atacadas pelo homem.
O segundo crime foi a indígena Juliana Dominguez, de 28 anos, morta a golpes de foice durante a noite. O principal suspeito de cometer o crime é o companheiro da jovem, que fugiu após o crime.
O terceiro caso é o da jornalista e criadora de conteúdo, Vanessa Ricarte, de 42 anos. Ela foi brutalmente atacada pelo ex-noivo, Caio Nascimento, no dia 12 de fevereiro. A morte de Vanessa resultou em discussões sobre a reformulação da rede de atendimento às mulheres vítimas de violência. A jornalista foi morta hora após pedir medida de proteção contra o ex-noivo.
O quarto ocorreu sábado (22), a jovem Mirieli Santos, de 26 anos, foi baleada pelo ex-marido, em Água Clara. O suspeito chegou a levar a mulher ao hospital, mas fugiu. A defesa do homem alega que o tiro foi acidental.
Emiliana Mendes, de 65 anos, foi a quinta vítima deste ano, na última segunda-feira (24), no município de Jutí, cidade distante 310 Km de Campo Grande. Segundo a polícia, o corpo da vítima foi encontrado em uma quitinete e teria sido arrastado pelo autor do crime até o local, na tentativa de forjar morte natural. Contudo, a suspeita é a de que a mulher foi esganada em um terreno baldio.
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