Entenda os perigos da linha de cerol após morte de jovem decapitado em SC

O uso da linha de cerol é crime em Santa Catarina. Mesmo assim, o material continua sendo utilizado e causando tragédias como a que aconteceu, no último sábado (1º), com Luiz Eduardo Scloneski, jovem de 21 anos que teve a cabeça decapitada enquanto pilotava uma motocicleta na BR-470, em Navegantes.

Luiz Eduardo olhando para foto, jovem morreu após colidir com linha de cerol enquanto pilotava sua motocicleta

Jovem tinha apenas 21 anos – Foto: Redes Sociais/Reprodução

Caso recente evidencia o perigo da linha de cerol

A reportagem do portal ND Mais entrou em contato com o CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina), que emitiu um alerta à população sobre os riscos associados ao uso de linhas com cerol na prática de empinar pipas.

Segundo a Corporação, a utilização desse material, composto por uma mistura de cola e vidro moído, representa um perigo significativo tanto para os praticantes quanto para terceiros, podendo causar acidentes graves e até fatais.

“O cerol torna as linhas altamente cortantes, aumentando o risco de lesões severas. Motociclistas e ciclistas são especialmente vulneráveis, pois podem ter o pescoço ou outras partes do corpo atingidas por essas linhas, resultando em cortes profundos. Além disso, pedestres e animais também estão sujeitos a acidentes envolvendo linhas com cerol”, alertou a CBMSC.

Prática da linha de cerol é proibida desde 2001 em SC

A lei que veta o uso da linha de cerol em Santa Catarina é a 11.698/2001. A legislação proíbe a “utilização de pipas ou similares equipadas com instrumentos cortantes e com linhas preparadas à base de produtos cortantes e adota outras providências”, sob pena de multa para quem utilizar.

Jovem morre decaptado por linha de cerol e bombeiros fazem alerta – Foto: BVSC/Divulgação/ND

Já a nível nacional, tramita na Câmara de Deputados o Projeto de Lei 339/2024, que regula a prática de pipa desportiva e proíbe a utilização de cerol ou produto semelhante que possa ser aplicado nos fios ou linhas utilizados para manusear pipas ou balões.

Além disso, a PL visa alterar o Decreto-Lei 2.848/1940, o Código Penal, para incluir hipótese de dano qualificado e tipificar os crimes de fabricação de cerol ou linha cortante e de utilização de linha com cerol ou produto cortante. Assim como, altera a o Estatuto da Criança e do Adolescente, para tipificar crime relacionado ao uso de cerol ou linha cortante por menores de idade.

Para garantir a segurança de todos, o CBMSC recomenda:

  • Utilizar linhas próprias para pipas: opte por linhas de algodão ou materiais similares que não apresentem riscos cortantes;
  • Evitar áreas urbanas e próximas a redes elétricas: empine pipas em locais abertos, afastados de vias públicas e fiações elétricas, para minimizar riscos de acidentes;
  • Supervisão de adultos: crianças devem sempre ser acompanhadas por adultos durante a atividade, garantindo que as medidas de segurança sejam seguidas;
  • Não utilizar cerol ou similares: abstenha-se de aplicar qualquer substância cortante nas linhas.

Denúncias e emergências

O CBMSC também incentiva a denúncia do uso de cerol às autoridades competentes e reforça o compromisso com a segurança da população, além de solicitar a colaboração de todos para evitar práticas que coloquem vidas em risco.

Em caso de emergências ou acidentes, a população deve entrar em contato imediatamente com o Corpo de Bombeiros Militar pelo número 193.

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