Brasil diz ‘deplorar’ decisão do governo Netanyahu de suspender entrada de ajuda em Gaza

Suspensão foi anunciada no último domingo, após o fim da primeira fase do acordo de cessar-fogo. Para o Brasil, ‘obstrução deliberada’ viola direito internacional. O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota na qual afirmou que “deplora” a decisão do governo de Israel de suspender a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
A decisão do governo de Benjamin Netanyahu foi anunciada no último domingo (2), após o fim da primeira fase do acordo de cessar-fogo fechado entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla o outro lado da fronteira.
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Conforme a avaliação do governo brasileiro, a “obstrução deliberada” por parte do governo Netanyahu viola o direito internacional.
“O governo brasileiro deplora a decisão israelense de suspender a entrada de ajuda humanitária em Gaza, que exacerba a precária situação humanitária e fragiliza o cessar-fogo em vigor”, afirmou o Itamaraty.
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“Ao exortar à imediata reversão da medida, o Brasil recorda que Israel tem obrigação — conforme reconhecido pela Corte Internacional de Justiça em suas medidas provisórias de 2024 — de garantir a prestação de serviços básicos essenciais e assistência humanitária à população de Gaza, sem impedimentos. A obstrução deliberada e o uso político da ajuda humanitária constituem grave violação do direito internacional humanitário”, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores.
Na mesma nota, o governo brasileiro defendeu que as partes busquem o fim do conflito, resultando na retirada das forças israelenses de Gaza, na libertação de todos os reféns e no estabelecimento de mecanismos “robustos” para a entrada de ajuda humanitária “na necessária escala”.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em outubro de 2023, o governo brasileiro tem defendido que as partes cheguem a um consenso para permitir um cessar-fogo permanente, além da entrada de ajuda humanitária para os palestinos que vivem em Gaza.
Quando a guerra começou, o país presidia o Conselho de Segurança das Nações Unidas e tentou, sem sucesso, aprovar uma resolução. Ao longo do último ano, porém, o país perdeu as condições de mediar um eventual acordo, principalmente após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter comparado o que acontece em Gaza ao que o regime nazista de Adolf Hitler fez contra os judeus. O episódio gerou uma crise diplomática entre os dois países.
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Além disso, num contexto em que mais de 47 mil pessoas – incluindo mulheres e crianças inocentes – morreram no conflito, o Brasil também já questionou publicamente os limites éticos e legais das ações militares israelenses em Gaza.
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